O presente trabalho teve o objetivo de estudar a composição florística de seis áreas de ocorrência de campos de altitude na Serra do Mar no estado do Paraná. Foram detectadas 280 espécies vegetais vasculares, pertencentes a 73 famílias, sendo 63 angiospermas (260 espécies), 8 pteridófitas (18 espécies) e 2 gimnospermas (2 espécies). A família com maior riqueza específica foi Asteraceae, com 44 espécies (15,7% do total), seguida por Poaceae (31; 11%), Melastomataceae (17; 6%) e Cyperaceae (16; 5,7%). A Serra do Ibitiraquire, onde ocorre o maior trecho da formação estudada, apresentou a maior riqueza de espécies (224 espécies), e o menor trecho, na Serra da Pedra Branca do Araraquara, apresentou a menor riqueza (71). Apenas 17 espécies (6% do total) foram detectadas em todas as áreas e 137 espécies (49%) são exclusivas de uma das áreas. Observou-se uma associação negativa e moderada entre a similaridade florística e a distância entre as áreas de ocorrência. Também foram reportadas algumas ameaças aos Campos de Altitude no Paraná, com destaque para a invasão biológica por Pinus sp., a conduta inadequada em ambientes de montanha e as obras de infra-estrutura de telecomunicações.
ResumoEste trabalho tem o objetivo de avaliar o processo de decomposição da serapilheira foliar, analisando a perda de fitomassa, a liberação e a retenção de seus macronutrientes, micronutrientes e alumínio em um trecho de Floresta Ombrófila Densa Aluvial Atlântica em regeneração natural, durante o nono e décimo ano após o abandono da bubalinocultura, na Reserva Natural Salto Morato, em Guaraqueçaba, Paraná. Através da técnica das bolsas de decomposição "litter bags", foi estimado um tempo médio de um ano para que pelo menos a metade do material foliar depositado no solo da capoeira fosse decomposta. Como em outros estudos, a perda de material foi acentuada no início do processo (primeiros meses) e a taxa de decomposição foi inferior à de outras florestas tropicais, mas similar à de outros estudos na floresta atlântica. Houve uma tendência de aumento nos teores dos elementos analisados no material remanescente durante o processo de decomposição, exceto para o K e o C. Palavras-chave: Ciclagem de nutrientes; serapilheira; decomposição; Floresta Aluvial Atlântica; sucessão secundária. Abstract Leaf litter decomposition and nutrient release on a secondary successional alluvial Atlantic RainForest in Southern Brazil. Leaf decomposition and nutrient release and retention were evaluated in an alluvial Atlantic Rain Forest in natural regeneration during the 9 th and 10 th years after Asian buffalo grazing was abandoned. The "litter bag" technique was used. At least half of the leaf litter disappeared in one year. Like other studies, weight loss was higher in the earlier stages (first months) of the decomposition process. Calculated decomposition rate was lower than in other tropical forests of the world, although similar to other Atlantic forests in Brazil. There was a tendency of increasing element concentration during the decomposition process, except for K and C.
1 RESUMO(Estrutura arbórea da Floresta Ombrófi la Densa Altomontana de serras do Sul do Brasil). O presente trabalho teve os objetivos de agrupar informações sobre a estrutura arbórea da fl oresta altomontana da Serra do Mar paranaense e de compará-las com as de fl orestas altomontanas de outras serras do Sul e Sudeste do Brasil. Foram realizados levantamentos fi tossociológicos em diversas montanhas de quatro importantes serras (ou subserras) do Paraná. Nas quatro subserras foram amostrados 2294 indivíduos (PAP ≥ 10 cm) pertencentes a 28 famílias, 43 gêneros e 78 espécies. Foi observada maior riqueza de espécies na amostragem da Serra Gigante (41 espécies), seguida pelas serras da Prata (37), da Igreja (34) ABSTRACT(Tree component structure of tropical upper montane rain forests in Southern Brazil). Th e aims of this study were:(1) to group information about the tree structure of the upper montane rain forest of Serra do Mar in the state of Paraná (PR), Southern Brazil; and (2) to compare this information with available data from other mountain ranges in Southern and Southeastern Brazil. In the four mountain ranges studied, 2294 tree individuals (perimeter at breast height -PBH ≥ 10 cm) were sampled, which included 28 families, 43 genera and 78 species. Th e cloud forest sampled in Serra Gigante showed the highest richness (41 species), followed by Serra da Prata (37), Serra da Igreja (34) and Serra do Ibitiraquire (26). Th e mean tree height was 4.8 m, the PBH was 22.9 cm, the tree abundance was 4779 in/ ha, the basal area was 33.5 m 2 /ha and the Shannon diversity index was 2.68 nats/ind. Combining our data with the published data on the Serra do Mar region, resulting in a total of 11 surveys and 204 plots (10200 m 2 ), a matrix with 75 identifi ed species was obtained. In this matrix, the fi ve most important species in the structure of the forest were Ilex microdonta, Siphoneugena reitzii, Drimys angustifolia, Ocotea porosa and Ilex chamaedrifolia. Th e cloud forests sampled in Serra do Mar showed lower richness and diversity indexes than the cloud forests in Serra da Mantiqueira (Southeast) and higher richness and diversity than cloud forests in Aparados da Serra Geral (South). Th ese diff erences are possibly related to the anthropic infl uences, geographic distances, diff erent centers of endemism, the tropical and subtropical surroundings, and geomorphology, among other factors.
RESUMOApesar de ainda existirem ecossistemas altomontanos no Paraná em excelente estado de conservação, iminentes ameaças antrópicas e a fragilidade desses ambientes têm sido motivos de preocupação. Este trabalho teve os seguintes objetivos: caracterizar solos de área representativa dos campos e florestas altomontanas ocorrentes na Serra da Igreja; apontar quais os possíveis fatores pedológicos que resultam nessas diferentes fitotipias; e caracterizar algumas das suas funcionalidades ambientais (estoque de C e de água). Os principais solos encontrados nos campos foram Organossolos Fólicos fíbricos/sápricos (líticos e típicos) e Organossolos Háplicos fíbricos/sápricos (típicos e térricos) e, nas florestas altomontanas, Gleissolos Háplicos alíticos típicos. Ambas as classes são de solos distróficos, extremamente ácidos, com alta saturação por Al trocável e altos teores de C orgânico total. A distribuição das florestas altomontanas está fortemente controlada por vales e colos de cumeeiras, os quais estão sujeitos a processos morfogenéticos que resultam em solos com horizontes minerais. Já os campos estão estabelecidos em topos, onde processos pedogenéticos promoveram espessamento de horizontes hísticos, os quais, em função de suas características intrínsecas, aliadas aos fortes ventos, parecem conter com sucesso o avanço da floresta sobre o campo. Os estoques de C por unidade de área nos solos dos campos são superiores aos dos solos das florestas altomontanas, sendo ambos considerados altos quando comparados aos dados de outros ecossistemas, sendo duas a três vezes maiores do que os encontrados em solos de ecossistemas de altitudes mais baixas na mesma latitude. Também foi constatada alta capacidade de retenção (1) Parte da tese de Doutorado do primeiro autor apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal do Paraná -UFPR. Recebido para publicação em 12 de maio de 2010 e aprovado em 25 de março de 2011.
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