Em pelo menos três situações é comum nos depararmos com trechos dos filmes de Leni Riefenstahl realizados durante os anos em que esteve sob a proteção de Hitler. A primeira, para dar a dimensão da força do movimento nazista e a do seu líder -caso de O triunfo da vontade. A segunda, para ilustrar um determinado padrão físico e moral que, baseado nas teorias raciais da época, deveria servir como lume para a juventude da nação -por exemplo, certos planos de Olympia cujo principal destaque é a performance dos atletas alemães. A terceira, para mostrar o equívoco de Hitler em relação às conjecturas pretensamente científicas no tocante à superioridade de uma raça sobre outracaso das seqüências de Olympia em que J. C. Owens aparece vencendo suas provas.De modo geral, tanto o filme sobre as Olimpí-adas de Berlim, em 1936, conhecido por Olympia, 1 como O triunfo da vontade (1935), feito a partir do VI Congresso do Partido Nazista (1934), são costumeiramente apontados como a ilustração daquilo que foi, de um lado, o movimento nazista, e, de outro, o ideário de Hitler e seu staff sobre o esporte, o corpo e a raça.Decerto esse tipo de abordagem se justifica, pois Leni Riefenstahl não apenas tinha a confiança de Hitler como também compartilhava de suas apostas no tocante ao poder do cinema para "contar" a história para o futuro. Os temores do Führer de ver o nazismo apresentado na tela de cinema como um movimento belicoso e ressentido só poderiam ser
<p><span style="font-size: 10px;">O texto objetiva discutir algumas características da filmografia de Leni Riefenstahl. Tomando como ponto de partida os trechos de abertura de cada uma das partes do filme </span><em style="font-size: 10px;">Olympia </em><span style="font-size: 10px;">-originalmente dividido em duas partes. Mais especificamente, o texto focará a predileção de Riefenstahl por certa concepção de "harmonia natural" cm intima associação com a ideia de "passado clássico", que, na sua visão, é a tradução ideal para caracterizar a "beleza". Como este texto pretende mostrar, tal ideário pode ser visto na maneira pela qual ela cuidadosamente filma, seleciona e monta os planos das ruínas gregas, dos movimentos ritmados dos corpos dos atletas e das imagens de pássaros, rio e floresta.</span></p>
Resumo A proposta deste texto é analisar o filme España heroica (1938), peça de propaganda feita pelo lado sublevado durante a Guerra civil espanhola e produzida na Alemanha. Considerado por alguns estudiosos como o “monumento propagandístico mais consistente da cinematografia nacional”, o objetivo deste estudo é discutir alguns aspectos que a noção de sagrado assume no filme, dentre eles, os relacionados à política. Na metodologia, faremos referência a Pierre Sorlin, que privilegia a forma como o filme está organizado, tomando a construção fílmica como um conjunto de proposições sobre a sociedade - as quais o sociólogo busca compreender. Dado que nosso interesse é pela compreensão da sociedade encenada no filme, evitaremos explicar a obra pelo seu contexto de produção, não discutindo, assim, os aspectos da guerra civil, o estatuto da propaganda, as relações entre Espanha e Alemanha ou a verdade dos fatos encenados no filme.1
O artigo analisa o filme Manhã cinzenta (1969), dirigido e produzido por Olney São Paulo e fotografia de José Carlos Avellar. A trama gira em torno de um acontecimento (um golpe de Estado) ocorrido em lugar não mencionado (embora identificável). A ideia é identificar as relações encenadas entre os grupos sociais mencionados no filme, com ênfase nas duas personagens principais, tomando como hipótese a ideia de que o filme pode ser visto como uma espécie de “dispositivo de alerta”.Palavras-chave: Sociologia; Análise de filme; “Dispositivo de alerta”.AbstractThe article analyzes the film Morning Gray (1969), directed and produced by Olney São Paulo and photography by José Carlos Avellar. The plot revolves around an event (a coup d'état) that took place in an unmentioned (though identifiable) place. The idea is to point out the staged relationships between the social groups mentioned in the film, with an emphasis on the two main characters, taking as an hypothesis the idea that the film can be seen as a kind of “warning device”.Keywords: Sociology; Film analysis; “Warning device”.
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