Com o aprimoramento da técnica, o ser humano passou cada vez mais a interferir e modificar o ambiente natural, em especial o relevo, que apresenta significativas mudanças. Nesse sentido, o presente trabalho tem por objetivo identificar a evolução das feições erosivas lineares e avaliar em que condições litológicas, de solos e de uso da terra ocorrem na Bacia do Rio Cabeça (SP). Dessa forma, tendo como fonte de dados mapeamentos de uso e ocupação da terra e das feições erosivas lineares em períodos distintos (1988 e 2010, com reambulação em campo em 2019), foram analisadas as dinâmicas de uso e ocupação, assim como as suas relações com a ocorrência das feições erosivas lineares. A análise comparativa dos mapeamentos permitiu constatar que os sulcos erosivos, ravinas e voçorocas ocorrem predominantemente em setores ocupados por pastagem, dispostos sobre litologias arenosas e solos derivados dessa litologia. Além disso, verificou-se que o uso e ocupação por crescentes atividades associadas à mineração e práticas agrícolas voltadas à monocultura de cana-de-açúcar também contribuem para a ocorrência dos processos erosivos e para a instalação dessas feições. Nesse sentido, é possível afirmar que o intenso uso da terra, somado às características lito-pedológicas do contato cuesta-depressão, podem dinamizar os processos erosivos lineares.
As alterações nos sistemas ambientais decorrentes das ações antrópicas são frequentemente caracterizadas como causadoras de impactos negativos ao meio ambiente, em especial ao relevo. Nessa perspectiva, compreende-se a relevância do uso dos geoindicadores como uma ferramenta de análise das alterações morfológicas provocadas pela ação antropogênica. Desse modo, o presente artigo teve como objetivo analisar as feições do relevo e as mudanças do uso da terra, utilizando-se dos geoindicadores para identificar as alterações nas formas do relevo. A relação entre as formas de uso e ocupação da terra somada às características geomorfológicas, a partir de uma análise temporal de 22 anos, exibe que o cultivo de cana-de-açúcar e pastagem na Bacia do Rio Cabeça, envolve a aplicação de técnicas que conduziram alterações nas feições geomorfológicas e, consequentemente, determinaram a constituição de uma morfologia antropogênica a qual se encontra diretamente associada com a dinamização dos processos erosivos lineares e alterações dos geoindicadores representados pelas rupturas topográficas e as formas de vertente. Assim compreende-se que a utilização dos geoindicadores mostraram-se eficazes na identificação dos processos geomorfológicos dinamizados pela ação antrópica, bem como para análise das possíveis causas e impactos ambientais.
Objetiva-se avaliar a potencialidade da carta geomorfológica e de declividade, em conjunto com dados litológicos e pedológicos, para análise das feições erosivas lineares em uma bacia hidrográfica caracterizada por padrão de relevo e de uso da terra típico do interior do estado de São Paulo. A análise dos dados permitiu constatar: a) sulcos erosivos, ravinas e voçorocas ocorrem predominantemente em setores de litologias arenosas; b) setores que apresentam maiores índices de inclinação do terreno podem agregar energia ao escoamento e potencializar a atividade erosiva; c) a carta geomorfológica e de declividade são importantes para a análise dos processos erosivos, e permitem avaliar a interação espacial entre as formas e os materiais.
A morfometria, compreendida como a geometria do relevo, pode ser avaliada a partir de diversas técnicas de mapeamento. Estas se caracterizam como ferramentas que podem gerar dados importantes para a avaliação da potencialidade do relevo aos processos denudativos subsidiando o planejamento ambiental. Nesse sentido, o objetivo do presente trabalho foi analisar as variáveis morfométricas que compõem a energia do relevo da Alta Bacia do Ribeirão da Boa Vista (SP), posicionada na Depressão Periférica Paulista, a qual se caracteriza por elevada quantidade de feições erosivas. Para isso, foram utilizados dados das cartas de declividade, dissecação horizontal, dissecação vertical e energia do relevo. A análise dos dados permitiu constatar que os maiores índices de declive e de dissecação vertical convergiam com as maiores classes de energia do relevo, denotando o potencial erosivo no alto curso da bacia, onde se tem a presença de uma extensa voçoroca. Os demais setores da bacia apresentam energia do relevo menos intensa, contudo, as classes intermediárias de dissecação horizontal identificaram rampas longas, que combinadas aos altos declives, podem intensificar os processos de erosão e dificultar o uso e ocupação da terra.
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