O abandono de animais não-humanos é um problema social de alcance mundial que afeta todos os seres vivos e o meio ambiente, sendo assim, um problema de Saúde Única. Pesquisas realizadas em todo o mundo buscam compreender as causas desse abandono para que intervenções efetivas sejam implementadas. No entanto, os diferentes termos utilizados para descrevê-lo geram um ruído na compreensão. A padronização na utilização de termos sobre o abandono de animais se faz necessária e pode auxiliar nas pesquisas sobre o assunto. O presente artigo teve como objetivos buscar, por meio de uma revisão narrativa, as principais definições utilizadas na denominação da ação de um tutor em desistir da tutela de seu animal doméstico, ressaltando a diferença entre as ações relacionadas ao abandono e seus termos, e por fim propor uma terminologia para a realidade da América Latina. Os termos sugeridos para uso na América Latina são “entrega voluntária”, “doação”, “transferência”, “abandono”, “apreensão” e “devolução”.
Os maus-tratos aos animais são considerados crime no Brasil e o atendimento desse tipo de ocorrência pode ser realizado por diferentes órgãos governamentais, incluindo os municipais. O presente trabalho analisa denúncias atendidas pelo Departamento de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de Saúde de Campo Magro, Paraná, Brasil, entre março de 2019 e dezembro de 2020 e avalia os tipos mais comuns de maus-tratos a animais e os animais envolvidos. Um total de 140 denúncias foram recebidas e 132 foram fiscalizadas, destas, 81 foram consideradas procedentes. A forma mais prevalente de maus-tratos foi a negligência com 64,2% (52/81). Os casos de negligência foram classificados em quatro diferentes tipos (cada caso pode ser classificado em mais de um tipo de negligência). O tipo mais frequente foi a negligência comportamental com 33,9% (36/106). Como mais de um animal podia estar envolvido em cada caso de maus-tratos, os 81 casos procedentes contabilizaram 471 animais envolvidos. A espécie canina foi a mais afetada, sendo 78,5% (370/471). A maior parte dos casos de maus-tratos foram cometidos contra animais adultos. Correlações estatísticas significativas foram encontradas entre o sexo e faixa etária dos cães em relação à ocorrência de maus tratos e, também, entre a espécie e os diferentes tipos de maus-tratos para cães e gatos.
There are three categories of free roaming dogs: those with an owner, community dogs and abandoned dogs. These free-roaming dogs are vulnerable to animal cruelty and can cause traffic accidents and affect human health through transmission of zoonoses and bite injuries. The physical and ownership status of these dogs is unknown in most cities. The objective of this study was to report findings of physical evaluation and determine the ownership status of free roaming dogs in the municipality of Campo Magro, Paraná, Brazil. Whilst surveying stay dog populations to estimate numbers, observational physical assessment and interviews with passersby about the ownership of the animals were conducted. Of the 240 dogs counted, 46.7% (112/240) were classified as “dog with owner, 29.2% (70/240) as “community dog” and 24.2% (58/240) as “abandoned dog”; 63.8% (153/240) were male, 22.9% (35/153) were neutered. Most animals (75.4%; 181/240) had an ideal body score, but lower body condition scores were found in community and abandoned dogs (p <0.05). Abandoned animals had significantly more skin nodules (p<0.05) and higher prevalence of pruritus was observed in community dogs (p<0.05). These results demonstrate the need for a population management program for dogs which includes strategies for reproductive control, animal health care and promotion of responsible guardianship.
Os abrigos de animais são locais com um alto risco de exposição às doenças infecciosas devido à alta densidade, à dinâmica populacional do abrigo e ao estresse a que os cães e gatos estão submetidos. O processo de imunização por meio das vacinas é um componente essencial no programa e prevenção e gestão de saúde e bem-estar para esses animais. Esta revisão tem como objetivo revisar as diretrizes sobre a vacinação de cães e gatos em ambientes de abrigos, ressaltando pontos de comparação com a realidade brasileira.
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