O objetivo deste artigo é analisar a evolução do Pronaf nas Regiões de Desenvolvimento (RD) de Pernambuco, no período de 2013 a 2018. O estudo, caracterizado como analítico-descritivo, embasou-se em dados secundários sobre o Pronaf obtidos no Banco Central do Brasil e a respeito das características dos estabelecimentos familiares no Censo Agropecuário de 2017. Recorreu-se também à Taxa Geométrica de Crescimento (TGC) para analisar os percentuais de incremento ou perda média anual das variáveis associadas ao Pronaf. Os resultados sinalizam leve queda no número de contratos totais do Programa e constância nos valores monetários totais. Pela perspectiva das RDs, evidenciou-se pontual crescimento e quedas significativas quanto ao número de contratos totais, em contraposição a diminuições mais expressivas, e em um quantitativo maior de Regiões, no que se refere aos valores dos contratos. Acerca das diferentes atividades financiadas, notou-se panoramas inversos para a agricultura e a pecuária, em que as quedas anuais nos contratos agrícolas foram bem mais relevantes que os aumentos verificados na pecuária. Assim, constatou-se desigualdades entre as Regiões e evidenciou-se que cerca de 50% do crédito rural do Pronaf se concentrou em três RDs, que são também as áreas que reúnem o maior número de estabelecimentos familiares. No entanto, apresentam menores percentuais de assistência técnica, corroborando-se com a premissa de que recursos mais volumosos não têm se refletido em maiores possibilidades de suporte específico para a sua aplicação nos estabelecimentos rurais.
Pernambuco possui parte relevante da população que sobrevive da agricultura familiar e parcela substancial desse contingente habita áreas bastante secas. O Pronaf, neste cenário, emerge como um instrumento importante aos grupos mais pobres, principalmente no Nordeste. Nessa perspectiva, o objetivo deste artigo foi analisar como os recursos do Programa foram distribuídos entre os municípios pernambucanos, tendo em vista a divisão do território em Regiões de Desenvolvimento (RD), no período de 2013 a 2018. Para isso, utilizou-se índices de Gini, T de Theil e de Concentração, possibilitando compreender em que medida a distribuição dos recursos se correlacionou com a importância desses municípios na agricultura familiar estadual, em termos de número de estabelecimentos, área, pessoal ocupado e valor da produção. Como resultados, verificou-se que os contratos de custeio foram mais desiguais e concentrados que os de investimento. Quanto às variáveis analisadas, observou-se que não refletiram a importância relativa dos municípios na agricultura familiar e se mostraram pouco destoantes, principalmente em relação ao valor da produção (para custeio), demonstrando uma relação maior entre esse indicador e a repartição dos financiamentos.
Este artigo objetiva analisar as representações sociais que os produtores familiares de leite, organizados em dois tanques comunitários de resfriamento no município de São Miguel do Anta, na Zona da Mata Mineira, elaboram sobre a qualidade do doce de leite resultante do processo agroindustrial na condição de fornecedores nessa cadeia produtiva. Nessa perspectiva, como produto de origem animal, o doce de leite precisa atender a parâmetros legais que assegurem a qualidade, e uma percepção clara dos produtores familiares fornecedores da matéria-prima a respeito desses atributos, que envolvem essa noção de qualidade padronizada, é essencial. O estudo teve natureza qualitativa baseado em observações in loco e entrevistas semiestruturadas realizadas com dez produtores, alicerçado nas abordagens da Teoria das Representações Sociais e da Teoria das Convenções. Os resultados apontam que os produtores de leite constroem socialmente um conjunto de significações que permeiam o conceito de qualidade do doce de leite, a partir das práticas higiênicas estabelecidas ainda na manipulação do leite cru. Atendem, todavia, de maneira parcial a estes parâmetros, em parte por não os entenderem, mas também por se aterem a formas de produzir que não necessariamente levam em consideração tais normas. Nesse sentido, os aspectos normativos influenciam nas percepções sobre a qualidade do doce de leite, bem como alteram as relações sociais, as práticas produtivas e as noções de qualidade tradicionalmente elaboradas pelos produtores sobre os seus próprios produtos, mas não se sobrepõem totalmente às experiências de cada produtor na atividade.
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