A partir de xingamentos e conflitos entre meninas/os da unidade escolar Eliza Dias de Azevedo, no distritode Vila de Abrantes, Camaçari/BA, este trabalho tem como objetivo refletir acerca de discursos e práticasLGBTfóbicas, bem como demonstrar, no sentido de desconstruir, tais discursos e tais práticas, principalmentepor meio da sensibilização e da construção de empatia para com os sujeitos afetados pela LGBTfobia.Buscamos articular a compreensão e apreensão de conceitos relevantes para o processo de (des)(re)aprendizagem com leituras, análises, discussões e atividades de cunho prático, que propiciaram aopúblico alvo a experiência de conhecer aspectos intrínsecos à LGBTfobia, sua presentificação e caracterizaçãono ambiente escolar e criar dispositivos de transformação dessa realidade.
Conflitos provenientes da colonização atravessam a condição dos sujeitos marcados pela subjetividade diaspórica. Configurados por exclusões históricas, tais sujeitos elaboram entrelugares da diferença e articulam reação, com vistas à decolonização e à ruptura dos liames hegemônicos que produzem "sujeitos-efeitos" (SPIVAK, 2010). Perpassados por processos de colonização, esses sujeitos, entre os quais se adscrevem diversos povos Miguilim-Revista Eletrônica do Netlli | V. 7, N. 3, p. 605-622, set.-dez. 2018 indígenas, se constituem multifacetados, pois impactados pela experiência da transculturação, entretanto, são transcendentes em suas identidades. Essa questão é expressa em Metade cara, metade máscara (2004), de Eliane Potiguara, escopo de enunciação de conflitos inerentes aos efeitos das migrações, do colonialismo e colonialidade para povos indígenas. A produção transita por questões de identidade, migração e resistência pertinentes a esfera geopolítica. Busca-se refletir neste texto acerca dos efeitos do colonialismo e colonialidade para esses povos e apresentar uma contrapartida, de (ins)crição e agenciamento. Enfoca-se a construção de uma autoetnografia epistêmica emancipada do paradigma colonial, ocidental. Produzido no contexto de mestiçagem, o texto de Potiguara (2004) assinala contradições da sociedade da qual procedeu. Reflete complexidades e ambivalências inerentes aos sujeitos representados, suas realidades conflitivas, próprias de sociedades heterogêneas, dotadas de aspectos definidos por Cornejo-Polar (2000), como mestiçagem, modelo sincrético, responsável por uma movediça sintaxe do migrante e sua multicultura, característica da desmembrada realidade da América. Consequentemente, Mignolo (2003) utiliza a expressão semiose colonial para destacar aspectos conflitivos e assimétricos do processo de mestiçagem cultural para as categorias de sujeitos localizados no eixo subjugado socialmente.
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