Introdução: A violência é um fenômeno endêmico e suas causas são multifatoriais, envolvendo aspectos biológicos, econômicos e socioculturais. Dentre os vários tipos de violência urbana, as agressões físicas e com armas vêm tomando um lugar de destaque nos serviços de saúde pelas sequelas que acarretam. O objetivo do presente estudo retrospectivo e quantitativo consistiu em determinar a prevalência da perda do globo ocular devido a agressões físicas e armas a partir de prontuários de pacientes mutilados faciais da Clínica de Prótese Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal de Pernambuco – UFPE. Métodos: A amostra constituiu-se de 263 pacientes reabilitados com prótese ocular, dos quais 53 foram selecionados por apresentarem trauma ocular associado à violência urbana. O perfil sociodemográfico e econômico evidenciou que eram predominantemente jovens e adultos de até 49 anos (66,0%), do sexo masculino (79,2%), procedentes do Recife e sua Região Metropolitana (63,4%), com baixa escolaridade e renda individual de até dois salários mínimos. Resultados: Os casos de traumatismos por armas de fogo foram mais prevalentes (73,6%) do que por agressão física, tendo sido a rua o principal espaço social (88,4%) para a expressão da violência. Conclusão: Os autores concluem que o controle de traumatismos por causas externas dessa natureza está na dependência de uma abordagem socioecológica da saúde.
Objetivo: Determinar o perfil epidemiológico de cegueira e perda do globo ocular por traumatismos, considerando-se a prevalência e a etiologia dos traumas oculares, segundo variáveis sociodemográficas e econômicas, assim como os tipos de agentes que causaram a lesão, de acordo com gênero, espaço social e etiologia. Materiais e Métodos: A amostra constituiu-se de 116 prontuários de pacientes reabilitados através de próteses oculares na Clínica de Prótese Buco-Maxilo-Facial da Universidade Federal de Pernambuco. A análise estatística descritiva envolveu cálculo de proporções e foram utilizados os testes estatísticos Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher, quando indicados. O nível de significância estatística utilizado foi igual a 0,05.Resultados: O perfil sociodemográfico e econômico evidenciou que os pacientes eram predominantemente adultos (73,7%), do gênero masculino (69,7%), procedentes do Recife e sua Região Metropolitana (64,9%),com baixa escolaridade (79,9%) e renda individual de até dois salários mínimos (75,4%). Quanto aos fatores etiológicos, os dois principais instrumentos que provocaram traumas oculares em ambos os gêneros foram os perfurantes e os contundentes, sendo que no gênero masculino o maior percentual correspondeu aos instrumentos contundentes (42,9%). Considerando-se o espaço social onde ocorreram os traumatismos, constatou-se que eles foram mais prevalentes na rua (53,6%) e em casa (36,4%), em indivíduos do gênero masculino (70,0%). Os traumas acidentais foram os mais comuns (76,0%). Conclusão: Os danos provocados pelos traumatismos oculares estão relacionados a fatores passíveis de prevenção. Foram registradas associações significativas entrerenda e etiologia e entre os tipos de agentes etiológicos com o espaço social e a etiologia dos traumas.Descritores: Traumatismos oculares. Cegueira. Epidemiologia. Olho artificial.
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