RESUMOEste artigo, de natureza teórica e empírica, descreve e aborda algumas condições de trabalho da mulher operária, sob a perspectiva de relações de gênero e intervenções ergonômicas. A partir da década de 1970, intensificou-se a participação da mulher no mercado de trabalho e, nos últimos anos elas deixaram de atuar somente naquelas áreas tipicamente femininas para ocupar espaço em profissões ditas masculinas que exigem força e resistência. O problema abordado são as dificuldades encontradas pelas mulheres operárias entrevistadas nesses ambientes laborais e a necessidade de adaptações ergonômicas dos postos de trabalho, de forma a atender as suas necessidades pessoais para a execução de suas atividades de forma eficiente e segura. Os resultados apontam para um silenciamento das relações de gênero no setor industrial, sobretudo quando se analisa as condições ergonômicas das atividades na perspectiva de uma subjetiva sexuada e atuante. PALAVRAS-CHAVE:Relações de gênero, Trabalho, Ergonomia. GENDER RELATIONS AND ERGONOMICS: WOMAN'S WORK APPROACH WORKING ABSTRACTThe purpose of this article, one of theoretical and empirical nature, is to examine the women's labor conditions, under the perspective of gender relations and ergonomic interventions. From the 1970's women's participation in the labor market intensified. In recent years they ceased to act exclusively in those areas stereotyped as female, to take up space in professions with prerequisites seen as male, strength and endurance. The main issues addressed were the difficulties reported by women workers regarding work's organization and environment as well as ergonomic adaptation issues that meet their needs in order to achieve efficient and safe execution of their activities. The results point to a silencing of gender relations in this industrial segment, especially when analyzing the ergonomic conditions of the activities in a sexualized and active perspective.
Este artigo objetiva debater o agir competente de forma sexuada e sua atribuição às mulheres e aos homens de forma diferenciada e naturalizada de acordo com o sexo biológico. Os achados da pesquisa possibilitaram identificar e compreender o agir competente das costureiras desvelando sua complexidade.PALAVRAS-CHAVE: Relações Sociais de Sexo. Divisão Sexual do Trabalho. Abordagem Ergológica do Trabalho. Costureiras.
A comunicação aqui descrita tem origem na pesquisa de doutoramento intitulada “Competências do feminino? Normas, saberes e valores no ofício de costureiras” . Dentro dessa realidade o artigo propõe responder à questão: quais normas, saberes e valores perpassam a atividade no ofício de costureira. A abordagem ergológica do trabalho foi a orientação teórica que fundamentou as reflexões e análises apresentadas. A metodologia utilizada, em termos de técnicas e ferramentas, incluiu revisão da literatura, estudo preliminar, observação e entrevista semiestruturada. Os achados da pesquisa apontaram que ofício de costureira não apresenta um procedimento formal escrito, no entanto a atividade não é desprovida de normas, as costureiras fazem de seu trabalho um espaço de normas que tenham pertinência com a atividade, atribuem normas e valores que possuem sentidos para elas e para o ofício.
As mudanças relacionadas com o papel feminino na sociedade estão ligadas à inserção da mulher no mundo do trabalho e à valorização das atividades domésticas enquanto trabalho. Propõe-se discutir o lugar das mulheres na divisão sexual do trabalho, tomando o trabalho reprodutivo e o trabalho produtivo enquanto categoria de análise teórica e empírica. Dentro desse amplo campo de pesquisa, duas abordagens serão priorizadas: a precarização do trabalho e o trabalho múltiplo e simultâneo, resultado da conjunção entre o ingresso das mulheres no mundo do trabalho produtivo e seu vínculo com o trabalho reprodutivo, particularmente quando ambos ocorrem no contexto do trabalho doméstico. Este artigo tem origem na pesquisa de doutorado intitulada “Competências do feminino? Normas, saberes e valores no ofício de costureiras”, desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação: Conhecimento e Inclusão Social da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Minas Gerais (FaE/UFMG), sob orientação da Profa. Dra. Daisy Moreira Cunha. A metodologia utilizada, em termos de técnicas e ferramentas, incluiu revisão da literatura, estudo preliminar, observação e entrevista semiestruturada. Observou-se que o trabalho das costureiras está sobreposto ao papel que a mulher desempenha como dona de casa, como esposa e como mãe. Não existe uma separação entre o tempo dedicado ao trabalho remunerado de costura e o tempo das tarefas domésticas no espaço doméstico. Neste contexto de trabalho, não ocorre uma interrupção da jornada de trabalho na costura, pelo contrário, ela é contínua nesse espaço, onde diferentes tarefas são realizadas, as costureiras realizam um trabalho múltiplo e simultâneo.
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