ResumoOs estudos habituais sobre rádios comunitárias se baseiam em compreensões idealistas que separam grupos dominantes e dominados. A partir daí, associamse aos grupos conceitos polares dotados de julgamentos de valor. Neste artigo, o objetivo é evidenciar esta fraqueza e trazer um exemplo etnográfico que torna mais fácil a tarefa de romper com concepções dualistas vigentes nos estudos. Palavras-chave: Rádios comunitárias. �ovimentos �ociais. Políticos. �ipologias. �ovimentos �ociais. Políticos. �ipologias. Políticos. �ipologias. abstRact �tudies on community radio stations are usually based on idealistic notions that separate groups into dominating and dominated. As a consequence, these groups are frequently associated with polar concepts laden with value judgments. �he Agradeço imensamente ao Prof. Dr. �arcelo Carvalho Rosa (PPG�D/UFF) pela orientação que resultou neste texto e pela leitura e correção de expressões. Assim como ao Prof. Dr. Jair de �ouza Ramos (PPGA/UFF) pela leitura, sugestões e críticas. As imprecisões ou falhas do texto são de minha responsabilidade. �estranda do Programa
Estes têm consciência de sua tarefa mediadora e, assim, apresentam projetos de "Rompendo a distância": mediadores políticos nas pequenas cidades do interior
A pesquisa que resulta neste artigo foi realizada do ano de 2012 a 2014, tendo como referência uma instituição do governo do estado do Rio de Janeiro. No período destacado, beneficiei-me de interlocuções com funcionários públicos, os quais ressaltavam conflitos e cerceamentos entre eles e seus superiores hierárquicos. Assim, atos de subjugação por parte de chefes foram explicados por subordinados como consequência da maldade desses dirigentes, que chegaram a ser qualificados como “bichos” e “idiotas”. A maldade seria direcionada aos mais invejados. Partindo dos atributos da maldade e da inveja, procurei analisar a ideia que alguns funcionários tinham sobre o Estado, ideia esta que é parte do processo de “fazer Estado”, como afirmou Souza Lima (2012). A recriminação moral expressa por parte dos funcionários à forma autoritária de seus superiores gerirem a instituição evidenciava a percepção do poder estatal como algo lesivo a eles.
IntroduçãoO universo social que busquei compreender se delimita pelas relações e representações construídas no município de Cardoso Moreira, localizado na região norte fluminense do estado do Rio de Janeiro. Este município foi emancipado político-administrativamente em 1989 e a primeira eleição para os cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador ocorreu em 1992. Desde então, e por cerca de 20 anos, dois políticos, Renato Jacinto e Gilson Nunes Siqueira, se revezaram no comando da prefeitura.Cardoso Moreira possuía cerca de doze mil habitantes 1 e tinha uma economia de base rural, com ênfase na atividade de pecuária leiteira, porém em decadência. Consequentemente, a prefeitura era a maior fonte de renda para o município, transformando-se na grande empregadora local.Ao realizar o trabalho de campo, procurei me informar sobre o histórico do município, coletando dados na biblioteca local e questionando os participantes do movimento pela emancipação. Esta foi uma etapa da pesquisa para que, além de compreender a criação do município, eu pudesse mapear as relações que ainda impactavam o curso político seguido naquele local. Sobretudo, interagi com muní-cipes envolvidos na campanha eleitoral de um dos candidatos a prefeito.O período de trabalho de campo coincidiu com o período eleitoral (meses de julho a outubro de 2008), assim, assuntos políticos invadiam a cidade naquele momento. Bastava sair à rua para ter acesso a comentários provenientes de comerciantes, de grupos que conversavam ao ar livre e de moradores que se transformaram em meus conhecidos interlocutores -pois residindo ali, passei a conhecer pessoas e a me fazer conhecer.
Na sociologia, a regulação judicial das disputas políticas foi chamada de judicialização da política e quando as leis são usadas como arma para prejudicar o adversário, concebe-se que estamos diante de um lawfare. Influenciada por esses temas, neste artigo analiso a mobilização de uma facção política em torno da realização de denúncias à justiça eleitoral, questionando como as leis foram usadas pelos oponentes. Assim, a partir de uma análise reflexiva sobre o trabalho de campo que realizei no contexto eleitoral de um pequeno município do interior do estado do Rio de Janeiro, verifiquei que a espionagem entre os grupos era um elemento central nesta dinâmica de guerra jurídica, pois proporcionava materiais a fim de elaborar denúncias. Sobretudo, evidencio que a guerra jurídica faz parte de um processo histórico no qual o poder judiciário foi fortalecido e que este momento histórico enseja novas questões para a antropologia (da) política.
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