Introdução: A craniectomia descompressiva é considerada como o método cirúrgico mais utilizado no tratamento da hipertensão intracraniana refratária decorrente da injúria cerebral grave. Apesar de ser descrita como método resolutivo quando bem indicado, pode contar com severas complicações precoces, destacando-se dentre elas o hematoma epidural contralateral. Objetivos: Descrever os principais achados clínicos e tomográficos de pacientes que apresentaram hematoma epidural contralateral após a realização da craniectomia descompressiva para tratamento do trauma cranioencefálico grave. Metodologia: Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, sem metanálise, realizada pelas bases de dados Pubmed e Scielo. Resultados: Foram encontrados sessenta e sete pacientes acometidos por hematoma epidural contralateral após a realização da craniectomia descompressiva. A suspeição para a formação do novo sangramento foi observada pela anormalidade pupilar (22,3%) e aumento da pressão intracraniana (18%) no pós-operatório, pelo inchaço cerebral no momento da primeira cirurgia (22,3%) ou revelado pela tomografia computadorizada de rotina (26,8%). Pelo menos 86,36% dos pacientes apresentaram fratura óssea contralateral ao hematoma inicial. Conclusão: O hematoma epidural contralateral tem uma incidência de 5,2%. A fratura óssea contralateral ao hematoma inicial se destaca como principal característica para o desenvolvimento de hematoma epidural contralateral. O edema cerebral intra-operatório inexplicável ou a presença de anormalidades pupilares no pós-operatório, se destacam como bom indicador do desenvolvimento do hematoma contralateral. Em contrapartida, a deterioração neurológica e a presença de coagulopatias não é uma característica confiável de hematoma epidural contralateral após craniectomia descompressiva.
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