RESUMO -O EEG digital (DEEG) e o quantitativo (QEEG) representam métodos recém desenvolvidos na prática clínica que, além da utilidade didática e em pesquisa, também mostram importância clínica. As aplicações clínicas são enumeradas a seguir: 1. O DEEG representa um substituto estabelecido para o EEG convencional, pois acrescenta claros avanços técnicos. 2. Algumas técnicas do QEEG são consideradas estabelecidas para uso clínico como adjunto ao DEEG: 2a) detecção automática de possíveis descargas epileptiformes ou crises epilépticas em registros prolongados, facilitando o trabalho subsequente do especialista; 2b) monitoração contínua do EEG na sala cirúrgica ou na UTI, visando reduzir complicações. 3. Certas técnicas de QEEG são consideradas possíveis opções práticas como uma adição ao DEEG: 3a) análise topográfica e temporal de voltagens e dipolos de espículas na avaliação pré-cirúrgica de alguns tipos de epilepsia; 3b) análise de frequências em certos casos com doença cérebro-vascular, em quadros demenciais e em encefalopatias, principalmente quando outros testes, como os exames de imagem e o EEG convencional se mostrarem inconclusivos. 4. O QEEG permanece apenas como instrumento de pesquisa em doenças como síndrome pós-concussional, distúrbios do aprendizado, déficit de atenção, esquizofrenia, depressão, alcoolismo e dependência a drogas. O QEEG deve ser usado sempre em conjunto com o DEEG. Devido aos sérios riscos de erros de interpretação, é inaceitável o uso clínico do QEEG e de técnicas correlatas por médicos sem a adequada especialização em interpretação do EEG convencional e também nessas novas técnicas. PALAVRAS-CHAVE: EEG digital; EEG quantitativo; mapeamento cerebral do EEG; recomendações; epilepsia; doença cérebro-vascular; demências; encefalopatias. Guidelines for recording/analyzing quantitative EEG and evoked potentials: Part II. Clinical aspectsABSTRACT -Digital EEG (DEEG) and quantitative EEG (QEEG) are recently developed tools present in many clinical situations. Besides showing didactic and research utility, they may also have a clinical role. Although a considerable amount of scientific literature has been published related to QEEG, many controversies still subsist regarding its clinical utilization. Clinical applications are: 1. DEEG is already an established substitute for conventional EEG, representing a clear technical advance. 2. Certain QEEG techniques are an established addition to DEEG for: 2a) screening for epileptic spikes or seizures in long-term recordings; 2b) Operation room and intensive care unit EEG monitoring. 3. Certain QEEG techniques are considered possible useful additions to DEEG: 3a) topographic voltage and dipole analysis in epilepsy evaluations; 3b) frequency analysis in cerebrovascular disease and dementia, mostly when other tests have been inconclusive. 4. QEEG remains investigational for clinical use in postconcussion syndrome, learning disability, attention disorders, schizophrenia, depression, alcoholism and drug abuse. EEG brain mapping and other QEEG technique...
-Seizures in Juvenile Myoclonic Epilepsy (JME) are dependent on the sleep-wake cycle and precipitant factors, among which sleep deprivation (SD) is one of the most important. Still an under diagnosed syndrome, misinterpretation of the EEGs contributes to diagnostic delay. Despite this, a quantitative EEG investigation of SD effects has not been perf o rmed. We investigated the effect of SD on EEGs in 41 patients, aged 16-50 yr. (mean 25.4), who had not yet had syndromic diagnosis after a mean delay of 8.2 yr. Two EEG recordings separated by a 48-hour interval were taken at 7 a.m. preceded by a period of 6 hours of sleep (routine EEG) and after SD (sleep-deprived EEG). The same protocol was followed and included a rest wakefulness recording, photic stimulation, hyperventilation and a post-hyperventilation period. The EEGs were analyzed as to the effect of SD on the number, duration, morphology, localization and pre d ominance of abnormalities in the diff e rent stages. A discharge index (DI) was calculated. Out of the 41 patients, 4 presented both normal EEG recordings. In 37 (90.2%) there were epileptiform discharges (ED). The number of patients with ED ascended from 26 (70.3%) in the routine EEG to 32 (86.5%) in the sleep-deprived exam. The presence of generalized spike-wave and multispike-wave increased from 20 (54.1%) and 13 (35.1%) in the first EEG to 29 (78.4%) and 19 (51.4%) in the second, respectively (p<0.05 and p<0.01). As to localization, the number of generalized, bilateral and synchronous ED increased from 21 (56.8%) to 30 (81.1%) (p<0.01). The DI also increased; while 8 patients (21.6%) presented greater rate in the routine EEG, 25 (67.6%) did so in the sleep-deprived EEG mainly during somnolence and sleep (p<0.01). Moreover, the paroxysms were also longer in the sleep-deprived EEG. Sleep-deprived EEG is a powerful tool in JME and can contribute significantly to the syndromic characterization of this syndrome.KEY WORDS: sleep deprivation, EEG diagnosis, juvenile myoclonic epilepsy.Registros eletrencefalográficos após privação de sono em uma série de pacientes com epilepsia mioclônica juvenil RESUMO -Na epilepsia mioclônica juvenil (EMJ), uma síndrome epiléptica ainda subdiagnosticada, as crises são dependentes do ciclo vigília-sono e de fatores precipitantes, entre os quais a privação de sono (PS) é um dos mais importantes. A interpretação inadequada dos EEGs contribui para atraso no diagnóstico. Ainda não foi realizada investigação quantitativa sobre os efeitos da PS. Avaliamos o efeito da PS nos EEGs de 41 pacientes entre 16 e 50 anos (média 25,4) com EMJ em dois registros eletrencefalográficos, separados por intervalo de 48 horas. Os exames foram realizados às 7 horas da manhã, precedidos por um período de 6 horas de sono (EEG de rotina) e após PS (EEG com PS). Seguimos o mesmo protocolo que incluiu o registro em vigília em repouso, fotostimulação, hiperventilação e pós hiperventilação. O efeito da PS foi analisado sobre o número, duração, morfologia, localização e predominância das anor...
RESUMO -Neste trabalho, desenvolvido por uma comissão nomeada pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica, são apresentadas as recomendações referentes ao registro do eletrencefalograma (EEG) nos casos de suspeita de morte encefálica, enfatizando que, apesar do necessário respeito aos parâmetros técnicos, o método não visa substituir o exame neurológico, mas complementá-lo. PALAVRAS-CHAVE: EEG, morte encefálica, recomendações. Guidelines for electroencephalogram (EEG) recording in suspected brain deathABSTRACT -Brazilian Clinical Neurophysiology Society guidelines and pertaining comments concerning electroencephalogram (EEG) recording in suspected brain death are presented. EEG is not intended as a substitute, rather as a complement to neurologic evaluation.KEY WORDS: EEG, brain death, guidelines.Os requisitos mínimos para o registro do EEG na suspeita da morte encefálica foram inicialmente estabelecidos por comitê "ad hoc" da "American EEG Society", refletindo o estágio do desenvolvimento no final dos anos 60. Nessa ocasião, estudos feitos revelaram que, de 2650 casos de coma profundo com EEG presumivelmente "isoelétrico", apenas três mostraram recuperação da função encefálica e todos estes três pacientes haviam recebido doses muito elevadas de medicação depressora do SNC 1-3 . Muitos dos registros inicialmente citados como isoelétricos foram, após revisão cuidadosa, considerados apenas como registros de baixa voltagem ou obtidos através de parâmetros técnicos inadequados [4][5][6] . O comitê propôs a eliminação de termos não fisiológicos como "isoelétrico" ou "linear" e, da mesma forma, recomendou que palavras como "plano" ou "chato" não fossem usadas. Foi sugerido o nome silêncio elétrico cerebral (SEC) [1][2][3] . Subsequentemente, inatividade elétrica cerebral foi o termo recomendado no glossário da Federação Internacional das Sociedades de EEG e Neurofisiologia Clínica. Os dois termos têm sido considerados sinônimos 7 .Atualmente, o registro do EEG para auxiliar na determinação da morte encefálica não está mais limitado aos grandes laboratórios, pois muitos hospitais menores possuem unidades de tratamento intensivo e equipamentos de EEG; além disso, a instrumentação do EEG está substancialmente melhorada e muitos serviços possuem vários anos de experiência nessa área. Dessa forma, impõe-se a necessidade de divulgar as normas básicas para este procedimento, visando inclusive uniformizar critérios.É importante considerar que o registro do EEG para o diagnóstico de morte encefálica deve ser cercado de grandes cuidados, porque sempre é consistentemente mais difícil afirmar uma ausência *Comissão nomeada pela Sociedade Brasileira de Neurofisiologia Clínica (SBNC) para elaboração das recomendações referentes ao registro do EEG na suspeita de morte encefálica. Aceite: 11-maio-1998. SBNC -Rua Teodoro Sampaio 2780 / 504 -05406-200 São Paulo SP -Brasil.
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