O objetivo deste artigo é apresentar uma discussão linguístico-discursiva a partir do estudo da afasia e da gagueira em grupos de apoio da Universidade Católica de Pernambuco, Brasil. A gagueira e a afasia são compreendidas como fenômenos da ordem do discurso, que apresentam relação direta com os interlocutores e com as condições de produção. Para tanto, a teoria base é a Análise do Discurso de linha francesa (AD). Assim, por meio das sequências discursivas, são discutidos o silêncio/silenciamento no discurso dos sujeitos com distúrbios da linguagem, afasia e gagueira, no enfrentamento daquilo que é esperado pelo meio social, ou seja, uma fluência absoluta, sem deslizes, pausas ou hesitações no processo de linguagem entre os pares discursivos.
A compreensão e a utilização das tecnologias de informação e comunicação tornaram-se uma exigência na sociedade. A Educação não se priva à interpelação e, nesse sentido, tem-se mobilizado. Na rede pública de ensino, a informatização das escolas, a distribuição de notebooks aos professores e de tablets aos alunos são exemplos da interpelação do poder público às novas tecnologias na prática docente. Todavia, uma questão, dentre outras, se apresenta: qual a posição do professor nesse cenário tecnológico? O presente artigo visa a analisar o discurso pedagógico sobre a docência de língua inglesa na era digital. As formulações teóricas da escola de Análise do Discurso de linha francesa, fundada por Michel Pêcheux, constituem o aporte teórico deste trabalho, na compreensão de um sujeito sócio-histórico-ideológico. Partindo da consideração de que o discurso é heterogêneo, buscamos a compreensão da posição-sujeito professor de língua inglesa nesse cenário de constante transformação.
Os estudos linguísticos e fonoaudiológicos tomam a gagueira como uma manifestação de algo que se dá no plano do corpo, ora significado como tensão muscular, ora como respiração, produção de fala, ou, ainda, como formação genética, um sujeito, portanto, com uma “doença”. Ao percorrer as discussões teóricas sobre a gagueira, lançou-se um novo olhar sobre ela, sob a ótica discursiva, com possibilidades terapêuticas na mesma abordagem. A partir da teoria e dispositivo analítico da Análise do Discurso de linha francesa, fundada por Pêcheux e desenvolvida por Orlandi e seguidores, pretendeu-se analisar o sujeito que é visto no interdiscurso cristalizado pela sociedade como sujeito-gago: aquele que é portador de uma patologia, inserido em formações discursivo-ideológicas que o fazem mais gago. Operaram-se recortes discursivos de dois sujeitos-gagos em processo de atendimento fonoaudiológico, visto de forma longitudinal. Considerando a regularidade do funcionamento do discurso e ancorando as análises na interdiscursividade, ou seja, nos mecanismos de constituição de sentidos, identificaram-se certas formações discursivas materializadas no discurso dos sujeitos em estudo e que representam possibilidades teóricas e terapêuticas ao estudo da gagueira. Afirma-se, assim, a gagueira como um distúrbio de linguagem, diretamente relacionado às condições de produção, com a indicação de possibilidade terapêutica na mesma perspectiva. A análise discursiva realizada mostrou evidente mudança de posição de sujeito-gago para sujeito- -fluente.
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