O uso de medicamentos traz benefícios à saúde, mas o acúmulo destes em residências, devido a sobras de tratamentos ou por ter expirado o prazo de validade pode se tornar um problema, pois encoraja a automedicação e o descarte inadequado. Desta forma, o presente estudo, teve por objetivo, avaliar as práticas de uso e descarte de medicamentos entre universitários de diferentes cursos da saúde da Universidade de Cruz Alta.  A pesquisa foi realizada mediante aplicação de um questionário e a amostra foi composta por 66 voluntários. Os dados levantados demonstram que a maioria dos entrevistados apresenta medicamentos em suas residências e praticam a automedicação.  Os resultados também demonstram que grande parte dos estudantes descartam os medicamentos no lixo seco doméstico. Em relação às informações sobre as formas adequadas de descarte, muitos já receberam algum tipo de informação, mas gostariam de receber mais informações sobre assunto. Portanto, observa-se que grande parte da população estudada descarta os medicamentos de forma incorreta e ainda necessita de informação quanto à forma de descarte, demonstrando uma necessidade de serviços de educação em saúde.

A crescente discussão sobre sustentabilidade tem tornado imprescindível ações que prevejam o descarte correto de medicamentos. Sustentabilidade não é apenas descartar de forma segura e adequada os resíduos gerados, mas também envolve o consumo controlado de produtos. Desta forma, adquirir e descartar medicamentos de forma consciente é uma questão de educação ambiental e conscientização dos usuários. Neste contexto, o objetivo deste trabalho é demonstrar os resultados referentes a coleta de medicamentos vencidos ou fora de uso na Universidade de Cruz Alta, estendido posteriormente à população geral do município, no âmbito de um projeto de extensão. A coleta de medicamentos foi realizada mensalmente, entre os anos de 2017 e 2020, por meio de coletores disponibilizados para esta finalidade. Os resultados demonstram que as classes de medicamentos mais descartadas incluem os analgésicos, anti-inflamatórios, medicamentos usados para desordens gástricas, hormônios e medicamentos controlados. Nesse período foram descartadas 30.188 unidades de medicamentos. Desta forma, o projeto contribui significativamente para a redução dos riscos ambientais e para a saúde da população.