O conceito de qualidade em frutas e hortaliças varia para produtores, distribuidores e consumidores. No caso específico do melão, para o produtor, a qualidade refere-se à precocidade, robustez (resistência às doenças) e produtividade, enquanto que o distribuidor entende por qualidade a resistência do fruto ao manuseio e à longa vida de prateleira. Por outro lado, o consumidor considera a qualidade primeiramente pela aparência ou apresentação externa (formato, textura cor da casca), quando escolhe o fruto e, mais tarde, pela aparência interna (cor, textura e sabor da polpa), quando vai consumir o produto. Dessa forma, uma cultivar de melão para ter plena aceitação precisa aliar as características de produção, as caracterís- ticas inerentes à polpa (coloração, espessura da polpa, teores de açúcares e sabor) com aquelas que conferem maior conservação do fruto (McCreight et al.1993).Os produtores enfatizam que, para ter lucratividade, o melão precisa superar a faixa de 25 toneladas/ha. Alguns híbridos superam 40 toneladas. Entretanto, existem dificuldades na indicação de um mesmo híbrido para cultivo em toda essa região, dada a alta interação dos genótipos com o ambiente . Por outro lado, essa produtividade é comprometida caso ocorram viroses, cujo controle químico é pouco eficiente. De acordo com RubiesAntonell et al. (1996), o vírus do zucchini amarelo se disseminou com muita rapidez na Itália e em dois anos já era responsável por 30% das infecções no melão.Embora as plantas não sejam destruídas pelos vírus, os cultivos infectados têm o processo de produção severamente interrompido, produzindo frutos anormais e/ou deixando de produzir (Clough 1995). De acordo com Lima et al. (1996) sete vírus já foram constatados em cucurbitáceas no Brasil, entre eles o vírus-2 do mosaico da melancia (WMV-2), o vírus da mancha anelar do mamoeiro (PRSV-w), vírus do mosaico amarelo do zucchini (ZYMV), o vírus do mosaico do pepino (CMV) e o vírus do mosaico da abóbora (SqMV). O cultivo de genótipos resistentes tem sido indicado como a melhor forma de con- RESUMOProgênies de melão (Cucumis melo L.) cv. Tupã, um tipo que associa as características favoráveis do fruto do melão Amarelo e do melão Cantaloupe, foram submetidas à inoculação artificial com cinco vírus [Watermerlon mosaic virus (WMV-2), Papaya ringspot virus (PRSV-w), Zucchini yelow mosaic virus (ZYMV), Squash mosaic virus (SqMV) e Cucumber mosaic virus (CMV)], em casa de vegetação. A produção e a qualidade do fruto foram avaliadas em campo. Progênies de três famílias mostraram resistência ao PRSV-w e ao ZYMV, algumas manifestaram resistência também ao WMV-2. Cerca de 63,15% apresentaram resistência somente ao PRSV-w e 52,63% somente ao ZYMV. A resistência para a combinação do PRSV-w e ZYMV ocorreu em 42,10% das progênies e a resistência tripla a PRSV-w, ZYMV e WMV-2 em 36,84%. Uma progênie foi resistente aos quatro vírus (PRSV-w, ZYMV, WMV-2 e CMV). Para o cará-ter concentração de colheita o comportamento das progênies foi muito variável, observando-se progênies onde a met...
Em razão da freqüente ocorrência de infecção mista, na natureza, o presente trabalho objetivou estudar o efeito da interação de diferentes espécies de potyvírus em meloeiro (Cucumis melo), melancia (Citrullus lanatus) e abobrinha (Cucurbita pepo). Foram usados os seguintes vírus da família Potyviridae, gênero Potyvirus: Papaya ringspot virus (PRSV); Watermelon mosaic virus, (WMV) e Zucchini yellow mosaic virus, (ZYMV). Os efeitos na sintomatologia das infecções duplas e simples de PRSV, WMV e ZYMV foram avaliados em três híbridos de meloeiro, duas variedades de melancia e abobrinha 'Caserta', em experimentos de casa de vegetação. Os três vírus, isoladamente ou em todas as duplas combinações possíveis, foram inoculados, em plantas dos híbridos de meloeiro Hy Mark, Gold Mine e Orange Flesh, variedades de melancia Crimson Sweet e Charleston Gray e abobrinha 'Caserta', usando-se dez plantas de cada híbrido ou variedade, por combinação de vírus. As inoculações foram efetuadas por meio de extratos de folhas com infecção simples dos respectivos vírus. As plantas inoculadas com cada vírus isoladamente e suas respectivas combinações foram observadas quanto ao aparecimento de sintomas durante 30 dias após as inoculações. Amostras foliares das plantas inoculadas foram, também, testadas por ELISA indireto contra os anti-soros correspondentes para cada vírus. As infecções duplas em meloeiro, melancia e abobrinha revelaram, através da avaliação sintomatológica, que existem interações sinérgicas entre PRSV, WMV e ZYMV. As infecções duplas envolvendo o ZYMV apresentaram alta severidade, exibindo sintomas não encontrados em infecções simples, apesar da severidade nas infecções isoladas do ZYMV.
No período de maio de 2003 a março de 2004, foram coletadas amostras foliares de plantas de melancia (Citrullus lanatus) de 21 campos de cultivo de cucurbitáceas, no Estado de Roraima. As amostras exibiam diferentes sintomas de vírus e foram levadas para o Laboratório de Virologia Vegetal da Universidade Federal do Ceará para serem testadas por "enzyme linked immunosorbent assay" (Elisa)-indireto, contra anti-soros específicos para Cucumber mosaic virus (CMV), Papaya ringspot virus estirpe melancia (PRSV-W), Watermelon mosaic virus (WMV) e Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV). Nos testes de Elisa, utilizou-se o conjugado universal, anti-imunoglobulina (IgG) de coelho produzida em cabra conjugada à enzima fosfatase alcalina. Todas as amostras foram testadas, também, por dupla difusão contra o anti-soro para Squash mosaic virus (SqMV). Os resultados indicaram a presença do PRSV-W em 84,2% das amostras coletadas em maio de 2003, em 7,1% das amostras coletadas em dezembro de 2003 e em 55,6% das amostras coletadas em março de 2004. A presença do ZYMV foi observada em 10,5% das amostras coletadas em maio de 2003, 21,4% das amostras coletadas em dezembro de 2003 e em 25,9% das amostras de março de 2004. O WMV foi detectado somente em oito das amostras coletadas em março de 2004 (29,6%). Os resultados desta pesquisa confirmam a ampla dispersão do PRSV-W em cultivos de cucurbitáceas no território brasileiro e a preocupante expansão do ZYMV em razão dos elevados prejuízos que o mesmo tem causado em outras partes do mundo.
de acessos e progênies de Citrullus spp. para resistência a três potyvirus. Fitopatologia Brasileira 30: 394-399. 2005. RESUMOVisando selecionar acessos e progênies de melancia (Citrullus spp.) como fontes de resistência aos potyvirus: Papaya ringspot virus -tipo watermelon (PRSV-W), Watermelon mosaic virus (WMV) e Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV), oito genótipos foram avaliados, sendo seis dos acessos (87-019, 87-029, 91-080, PI-244018, 91-043 e PI-195927) e dois do acesso PI-244019 (PI-244019A e PI-244019B) do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) de cucurbitáceas do Nordeste brasileiro, da Embrapa Semi-Árido em Petrolina-PE. Também foram avaliadas progênies endogâmicas e de polinização livre derivadas desses acessos. As avaliações foram realizadas em de casa de vegetação, mediante inoculações mecânicas, e avaliação por Elisa, no Laboratório de Virologia Vegetal da UFC. As plantas não infetadas foram selecionadas e cultivadas na Estação Experimental de Bebedouro na Embrapa Semi-Árido em Petrolina-PE, onde ocorreram inoculações naturais de vírus por vetores. Foram constatadas plantas não infetadas com o PRSV-W nos acessos 87-019, PI-244019A, 91-080, PI-244018, PI-244019B e PI-195927; plantas não infetadas com o WMV nos acessos 87-019 e 87-029 e plantas não infetadas com o ZYMV nos acessos PI-244019A, 87-029, 91-080, 91-043, PI-244019B e PI-195927. As progênies apresentaram comportamento diferenciado, com percentagem de plantas selecionadas variando de 20 a 100% nas progênies avaliadas para resistência a PRSV-W e 60 a 100% nas progênies avaliadas para resistência a WMV. Nenhuma das progênies testadas apresentou resistência ao ZYMV, evidenciando possível diferença entre a resistência ao PRSV-W e ao WMV apresentada nas progênies e a resistência apresentada ao ZYMV, visto que as progênies foram submetidas ao mesmo número de autofecundações.Palavras-chave adicionais: cucurbitáceas, seleção para melhoramento, PRSV-W, WMV, ZYMV. ABSTRACT Citrullus spp. accession and progeny selection for resistance to three potyvirusesSix watermelon (Citrullus spp.) accessions (87-019, 87-029, 91-080, PI-244018, 91-043 and PI-195927) and two samples (PI-244019A and PI-244019B) from the acession PI-244019B from Embrapa Cucurbit Germplasm Bank in Petrolina-PE, Northeast of Brazil were evaluated in an attempt to select accessions and progenies of watermelon as sources of resistance to Papaya ringspot virus -type watermelon (PRSV-W), Watermelon mosaic virus (WMV) and Zucchini yellow mosaic virus (ZYMV). Endogamic and open pollinated progenies from these accessions were also evaluated for resistance to PRSV-W, WMV and ZYMV. The evaluations were carried out in a greenhouse at the Plant Virus Laboratory of the Federal University of Ceará where the plants were mechanically inoculated and serological screened by Elisa. The selected plants were grown in the Experimental Station of Bebedouro in Petrolina-PE, where the virus inoculations were made, naturally, by vectors. According to the results, plants were not infected by PRSV-W in the followin...
Atypic symptoms in melon and watermelon fruits caused by Watermelon mosaic virus-2The Northeast of Brazil presents great potencial for melon (Cucumis melo) and watermelon (Citrullus lanatus) production. Melon fruit with white spots and watermelon fruits showing chlorotic spots were demonstrated to be caused by Watermelon mosaic virus-2, through indirect enzyme linked-immuno sorbent assay.
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