Artigo recebido em 10 de julho de 2017, versão inal aceita em 26 de novembro de 2017.
RESUMO:As Zonas Costeiras são responsáveis por uma ampla gama de funções ecológicas, mas também são objetos de preocupação por sua integridade e equilíbrio ambiental devido aos seus diferentes usos e às pressões sofridas. Tal cenário soma-se à não inclusão da percepção ambiental da população como estratégia de gestão e como modo de ampliar a participação da sociedade nesse processo, entendendo-se que, por sua vez, esta percepção pode ser inluenciada pela classe etária e pelo tipo de relacionamento que as pessoas mantêm com o local. Este estudo objetiva avaliar diferenças nas percepções do ambiente marinho de indivíduos de classes etárias variadas (07 a 16 anos; 17 a 34 anos; 35 a 50 anos e maiores que 50 anos), considerando os indicadores: importância do local, senso de pertencimento, senso de responsabilidade e interesse, na região da Baía do Araçá, São Sebastião, São Paulo, Brasil. Com relação à importância do Araçá, os indivíduos mais jovens mostram-se ligados preferencialmente ao lazer que a baía proporciona e à pesca familiar. Já para os mais velhos, a pesca é tema de maior importância. Quanto ao senso de pertencimento, há uma diferença que depende parcialmente da classe etária, mas a maioria dos indivíduos entrevistados revela gostar de morar ali e usa a baía de diferentes formas. Os menores sensos de responsabilidades foram observados nos indivíduos de 17 a 34 anos, ao contrário da classe etária mais jovem. O distanciamento em relação à Baía do Araçá foi geralmente observado em indivíduos que não utilizam a baía de nenhuma forma ou não a conhecem muito bem, apesar de morarem ali desde o nascimento, independente da classe etária. Assim, constata-se que a percepção e o envolvimento com o local estão mais relacionados com o conhecimento, o uso e a criação de uma identidade com a região do que com a idade.Palavras-chave: percepção ambiental; serviços ecossistêmicos; Baía do Araçá; gestão costeira; ecologia humana.
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