O efluente de dejetos em sistemas de confinamento animal pode ser responsável por um impacto ambiental, uma vez que, além desse efluente conter alta carga orgânica e nutrientes, ele pode apresentar micropoluentes como os Desreguladores Endócrinos. Essas substâncias são capazes de interagir com o sistema endócrino de seres humanos e animais, causando danos de diferentes magnitudes. Assim, este trabalho busca caracterizar as fases sólida e líquida do efluente da pecuária leiteira quanto à presença desses compostos e sua remoção no sistema de tratamento. O efluente analisado provém da fazenda experimental Embrapa Gado de Leite, localizada em Coronel Pacheco – MG, o qual foi submetido à um tratamento com biodigestor, seguido de lagoa de estabilização, sendo este recirculado para a limpeza da instalação. Foram realizadas 10 amostragens no período de Setembro de 2017 à Setembro de 2018 da fração liquida e sólida do efluente bruto e tratado. Para a quantificação da atividade estrogênica, foi utilizado o ensaio Yeast Estrogen Screen (YES). Verificou-se concentrações elevadas de estrogenicidade nos efluentes bruto e tratado, tanto da fase líquida quanto da fase sólida. Portanto, deve-se ter cautela no manejo desses efluentes necessitando de mais estudos para avaliar o potencial de contaminação do ambiente.
Os Desreguladores Endócrinos (DE) fazem parte de uma classe de substâncias passíveis de causarem efeitos à saúde humana e de outros animais, mesmo em baixas concentrações. Diversos estudos conduzidos em matrizes ambientais já constataram a presença desses compostos em águas superficiais e em estações de tratamento de água. O tratamento de água convencional, método mais utilizado no país, possui limitações na remoção de alguns DE. Aliando-se a outras tecnologias, é possível promover a remoção dos DE. Assim, neste estudo, investigou-se o potencial do carvão ativado granular (CAG) como tecnologia para a remoção da atividade estrogênica da água. Foi feita uma caracterização do CAG quanto ao Índice de Azul de Metileno, Número de Iodo e pH do Ponto de Carga Zero, além de análises físico-químicas da água, a qual foi dopada com uma mistura de desreguladores endócrinos (estrona, 17ẞ-estradiol, 17-α-etinilestradiol e 4-n-nonilfenol). Ensaios de adsorção em batelada foram realizados com a amostra, com concentrações pré-definidas da mistura de DE e massa de CAG. A atividade estrogênica das amostras foi quantificada após à extração em fase sólida e posterior bioensaio Yeast Estrogen Screen (YES). O carvão estudado apresentou deficiência em micro e mesoporos. Além disso, constatou-se aumento de turbidez com o aumento da massa de adsorvente empregado, mesmo após filtração da amostra. Houve maior remoção de atividade estrogênica proporcionalmente à adição de maiores quantidades de CAG. Conclui-se que o carvão ativado granular é capaz de remover a atividade estrogênica, contudo, é necessário buscar a otimização do sistema, ao usar menores quantidades de CAG para maiores taxas de remoção.
A importância econômica da bovinocultura leiteira no Brasil tem atraído a comunidade científica no sentido de aprofundar os estudos sobre os sistemas de criação de gado em confinamento. Trata-se de um sistema amplamente difundido no meio rural e responsável pela geração de possíveis impactos, haja vista os elevados volumes de efluente com alta carga orgânica e de nutrientes, advindos da limpeza dos locais de confinamento. De matriz complexa, ainda é possível identificar no efluente a presença de micropoluentes orgânicos, como os desreguladores endócrinos (DE), advindos do manejo reprodutivo dos rebanhos. Nesse sentido, o presente trabalho busca caracterizar o afluente e o efluente da bovinocultura leiteira, tratado em biodigestor anaeróbio associado com um ciclo de recirculação. Também visa avaliar/quantificar a presença de atividade estrogênica atravésdo ensaio in vitroYeastEstrogenScreen (YES). O efluente em estudo é proveniente da fazenda da Embrapa Gado de Leite, localizada em Coronel Pacheco (MG), a qual trabalha com um sistema de produção de gado Girolandosemiconfinado. Após análises de amostras foi possível observar expressiva eficiência na redução de carga orgânica (65% de remoção de DQO e 89% de DBO) e baixa remoção de nutrientes. Os resultados evidenciaram que o tratamento não foi capaz de promover a remoção da atividade estrogênica no efluente.
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