Em quatro municípios do Norte do Estado de Minas Gerais (Janaúba, Jaíba, Nova Porteirinha e Itacarambí), foi realizados levantamento de moscas-das-frutas com o objetivo de se conhecer as espécies presentes na área, suas plantas hospedeiras e inimigos naturais. O estudo foi feito entre janeiro de 1994 e dezembro de 1996, usando armadilhas plásticas tipo McPhail, com proteína hidrolisada de milho como atraente alimentar. Periodicamente foram feitas coletas de frutos de possíveis hospedeiros de moscas-das-frutas. Foram amostradas 55 espécies de frutos, porém, foram obtidos pupários em apenas 19 hospedeiros. Foram identificados exemplares de Ceratitis capitata e de 20 espécies de Anastrepha, sendo três novas. C. capitata ocorreu principalmente em hospedeiros introduzidos e foi a espécie predominante em áreas urbanas. As espécies de Anastrepha emergiram principalmente de hospedeiros nativos e predominaram nas áreas rurais. Seis novas referências de hospedeiros para Anastrepha foram constatadas. Dentre as espécies consideradas de importância, A. obliqua está associada principalmente às anacardiáceas, A. fraterculus e A. sororcula às mirtáceas e A. pickeli à mandioca. Os exemplares de moscas-das-frutas ocorreram apenas na época de produção dos frutos hospedeiros. Anastrepha obliqua e A. zenildae são as espécies predominantes do gênero na região. Entretanto, A. obliqua não esteve associada a frutos economicamente importantes, enquanto que em pomares comerciais de goiaba foram encontrados elevados índices de infestação por A. zenildae. Foram coletadas três espécies de parasitóides da subfamília Opiinae, mas de Vlll 3.177 pupários de mosca coletados apenas emergiram 67 parasitóides. Uma chave ilustrada para as espécies regionais de Anastrepha é apresentada, assim como a flutuação populacional de cada espécie e a análise faunística.