Em dezembro de 2019, foi notificado, na China, o primeiro caso do mundo de COVID-19. Já em março de 2020, em função dessa doença, as escolas começaram a ser fechadas no Brasil. Diante desse contexto, o presente estudo teve como objetivo verificar sob a óptica dos professores da Educação Básica brasileira se a educação brasileira estava preparada para toda essa conjuntura promovida pela pandemia da COVID-19. Para tanto, foi aplicado um questionário estruturado em um número máximo possível de professores. A divulgação do estudo perdurou entre os meses de junho e agosto de 2020, via Facebook e Instagram, e teve a intenção de entrevistar uma amostra de conveniência de pelo menos 500 professores. Foi identificado que grande parte deles não estavam preparada para o ensino remoto emergencial (ERE) e que não tinham estrutura de trabalho adequada em suas casas para suas ações. Além disso, relataram que boa parte dos estudantes não participaria ou participaria do ERE e demonstraram receio quanto à possibilidade de aglomerações e contaminação pela COVID-19 em escolas, assim como ansiedade e preocupação quanto ao ERE. Sugere-se que o contexto analisado é suficiente para promover desgastes emocionais e sobrecarga de trabalho. É intuitivo concluir ser necessário que os órgãos governamentais desenvolvam políticas de acompanhamento próximas aos professores, instituindo programas de acompanhamento psicológico, bem como que criem políticas de capacitação em ferramentas tecnológicas de forma contínua e retomem mais políticas de investimentos em educação, melhorando os processos de ensino-aprendizagem e reduzindo riscos de piora das condições de trabalho docente. Palavras-chave: Educação. COVID-19. Pandemia
ResumoO presente estudo avaliou a associação da saúde mental com fatores do ambiente de trabalho de professores brasileiros. Para tanto, foram aplicados um questionário semiestruturado com questões socioeconômicas e o Hospital Anxiety and Depression Scale para 499 professores, recrutados por meio do Facebook e Instagram. Desses, 391 eram do gênero feminino e 108 do masculino. Verificou-se que 32,7% apresentaram escore indicativo de improvável quadro de ansiedade; 26,8% possível e 40,5% provável. Por outro lado, 45,1% exibiram escore de improvável depressão; 31,5% possível e 23,4% provável. Foi identificado que ser do gênero feminino interferiu negativamente nos escores de ansiedade e depressão (p<0,001); assim como a inadequação e insatisfação com a renda (p<0,001); a classificação como péssimo ou regular ambiente de trabalho (p<0,001); o espaço físico inadequado (p<0,001); ter sofrido violência provocada pelos estudantes ou seus respectivos pais (p<0,001). Além disso, trabalhar por um tempo ≥40 horas (p=0,030) foi indicativo de maior ansiedade. Muitos professores brasileiros sofrem com quadros de ansiedade e depressão e fatores controláveis interferem diretamente. Sugere-se que o poder público e os proprietários de escolas privadas intervenham nesses contextos para evitar o colapso da saúde desses profissionais.
A escola é um ambiente de pluralidade de ideias e situações de conflitos. Neste estudo, objetivou-se avaliar os quadros de violência escolar sofrida por professores. Para tanto, um questionário online foi aplicado em professores da rede básica de ensino avaliando questões socioeconômicas e violência escolar. Muitos professores relataram já terem sofrido algum tipo de violência, predominantemente a agressão verbal. Outros tipos também foram identificados: agressão física, ameaças, dano ao patrimônio, assédio sexual e racismo. Observou-se que professores das redes municipal e estadual estão mais expostos, mulheres e os que atuam no Centro-Oeste. Conclui-se que são muitos professores sujeitos à violência em seu ambiente de trabalho. Adicionalmente, o fato de termos encontrado um maior percentual dessa violência nas redes municipal e estadual indica um possível baixo investimento, por parte dos governos estaduais e municipais, na qualidade do trabalho docente e no controle de indicadores que podem estar ligados a essa violência.
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