Historicamente, a mulher tem lutado por espaço na sociedade e no mundo esportivo, e mesmo com muitas mudanças, ela tem sofrido com preconceitos e estereótipos ainda presentes nos dias atuais. Porém, muitos rótulos estão sendo quebrados, e, assim sendo, o presente estudo teve como objetivo avaliar as questões de gênero presentes no futsal e no voleibol na visão de mulheres praticantes. Trata-se de um estudo descritivo, de abordagem qualitativa; os dados foram coletados mediante entrevistas semi-estruturadas através de dois grupos focais realizados com nove mulheres praticantes de futsal e seis mulheres praticantes de voleibol, e analisados por meio do software Alceste. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa da UNEB. Foram encontrados muitos preconceitos e estereótipos relacionados ao futsal e ao voleibol femininos, principalmente no futsal, por ser uma prática considerada socialmente como masculina. Dentre estes preconceitos e estereótipos foram evidenciados a falta de incentivo ao esporte e questões religiosas. Verificou-se que as mulheres que jogam futsal sofrem mais com os estereótipos do que as que jogam voleibol.
O objetivo deste estudo foi analisar a trajetória de vida da professora Silvana Goellner, a partir de uma entrevista realizada na cidade de Alagoinhas-Ba no dia 25 de outubro de 2019. A metodologia utilizada foi pautada na história oral, visto que possibilita um maior aprofundamento dos aspectos que marcaram a vida da entrevistada, os quais foram apresentados no decorrer deste trabalho em três momentos: contextos e possibilidades da infância, processo de formação acadêmica e contribuições para o estudo sobre mulheres. Algumas situações vivenciadas na sua infância, como a aproximação com os esportes e a figura marcante da mãe enquanto uma mulher de luta, refletiram significativamente ao longo da sua vida, direcionando e vinculando suas escolhas acadêmicas e profissionais aos aspectos sociais. Foi possível entrelaçar os fragmentos de uma memória individual da entrevistada com memórias oficializadas perante a sociedade e que se configuraram enquanto marcadores para sua atuação acadêmica e científica. Seu pioneirismo nas discussões sobre mulheres no esporte, bem como sua história de vida enquanto mulher e pesquisadora, deixaram um legado que contribui diretamente para o campo da Educação Física, se tornando referência nesses estudos ao registrar e dar visibilidade aos processos de luta das mulheres no esporte.
Os movimentos em torno da presença das mulheres nos diferentes espaços da sociedade, inclusive no futebol, têm gerado uma série de reflexões relacionadas aos espaços de lutas por reconhecimento e igualdade nos esportes. Desta forma, o presente artigo objetiva abordar aspectos que revelam e destacam a força da metodologia da história oral em estudos anteriores realizados pelas autoras e pelo autor. Estes estudos evidenciaram memórias de mulheres que contestaram uma lógica social preestabelecida dos lugares que elas devem ocupar na sociedade. Assim, revisitou-se aspectos presentes nos relatos de Maria Neide e Risalva, duas praticantes de futebol atuantes na década de 1980 no interior baiano, que assim como muitas mulheres carregam uma trajetória de vida permeada por lutas em busca de reconhecimento e visibilidade social. O uso da história oral possibilita um contato diferenciado com a história, já que utiliza da memória enquanto meio para se chegar aos resultados. Desta forma, conclui-se que os relatos orais, as narrativas e as histórias sobre o passado ajudam a compreender os processos que permeiam a vida das pessoas, das comunidades, das coletividades, permitindo desvelar a complexidade que marca a vida cotidiana e as contradições inerentes às relações de poder incorporadas aos processos sociais vigentes.
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