Este estudo tem o objetivo de analisar as feiras de produtos orgânicos e artesanais como estratégia de reprodução social da agricultura familiar, ressaltando as relações de confiança estabelecidas entre agricultores, consumidores e demais participantes das feiras. A pesquisa foi realizada por meio de observação e entrevista de 55 consumidores das Feiras de Produtos Orgânico e Artesanais dos Bairros de Pato Branco-PR, a partir de dados qualitativos e quantitativos, os quais possibilitaram caracterizar o consumidor destas feiras, identificando os mecanismos de confiança presentes que os norteiam. Desta maneira, constatou-se que parte majoritária dos consumidores das feiras estudadas pertence ao sexo feminino, dentre a faixa etária de 51 a 60 anos, com ensino superior completo e de bom rendimento mensal que por sua vez tomam sua decisão de compra baseada na relação de confiança face-a-face que mantêm com os organizadores e agricultores que realizam as feiras.
Esse artigo analisa a experiência de gestão social da água realizada pelos sindicatos rurais do território Sudoeste do Paraná e seu protagonismo na melhoria da qualidade de vida dos agricultores. Para tanto, é observada a prática coletiva da experimentação que resulta em inovações do componente técnico e numa maior eficácia na formação de novas lideranças, ao mesmo tempo, em que consolida uma experiência de gestão social da água. Nesse trabalho, é instigante perceber que mesmo no “úmido” Sul a experiência de resgate das fontes naturais de água deixa clara a necessidade de dar visibilidade a projetos que procuram conviver com os problemas, em vez de apoiar estratégias que combatem a realidade via concentração de recursos.
Este artigo analisa as relações de poder, saber e ser que, desde o colonialismo, constituíram hierarquias em torno das classificações de gênero. Nossa cultura rotula como não civilizada e não humana aquelas(es) que não se enquadram no modelo hegemônico, esse rótulo é usado para entender o papel da mulher no meio rural. Nas áreas rurais, as mulheres modernas buscam romper com as relações de poder estabelecidas, procuram maior independência e acesso à liderança pública. Diante dessas questões, vale a pena perguntar: quais são os fatores que empoderam as mulheres rurais? Observa-se que a escolaridade e as alternativas de renda não agrícola possibilitam quebrar sua invisibilidade nos estabelecimentos rurais. Para a construção da análise, são apresentados os dados estatísticos de uma amostra de 95 casos da população rural de Itapejara d'Oeste/PR, cujo levantamento inicial foi realizado em 2005 e posteriormente atualizado em 2010 e 2015, nesta análise, utilizou-se de ferramentas econométricas, com base no modelo de variável limitada dependente (MVLD). Os resultados indicaram a ocorrência de uma maior emigração de mulheres relacionadas à maior escolaridade, bem como uma redução dessa emigração quando as mulheres passaram a ter maior acesso a rendimentos não agrícolas no meio rural. Ambas as formas de acesso ao espaço público deram às mulheres rurais maior independência e provavelmente ajudaram a sair de sua invisibilidade.
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