Na produção de mudas de espécies florestais há vários fatores que influenciam no seu crescimento. Dentre estes, um dos mais importantes é a composição do substrato. Nesse sentido, é essencial a seleção de bons constituintes que atendam a essa demanda. O objetivo deste trabalho foi avaliar o crescimento inicial de mudas de Eucalyptus urophylla, Peltophorum dubium e Eremanthus erythropappus, produzidas em diferentes formulações de substratos. Para cada espécie, foi instalado e conduzido um experimento, utilizando-se nas formulações os constituintes casca de arroz compostada, casca de café compostada, fibra de coco e substrato comercial. Os experimentos foram instalados em delineamento inteiramente casualizado (DIC), constituídos por oito tratamentos, cinco repetições e 20 mudas por parcela. Para avaliação da qualidade das mudas, aos 120 dias foram mensuradas as variáveis altura, diâmetro do coleto, peso de matéria seca da parte aérea, peso de matéria seca do sistema radicular e índice de qualidade de Dickson. Como análises qualitativas, foram avaliadas a facilidade de retirada das mudas do tubete e a agregação das raízes ao substrato. Os resultados encontrados após a avaliação atestaram que as mudas produzidas nos tratamentos formulados com casca de café compostada apresentaram valores superiores para a maioria das variáveis analisadas, quando comparado com as mudas produzidas nos tratamentos formulados com a casca de arroz e na testemunha. Para as três espécies, indica-se a utilização da proporção de 40% de casca de café compostada com 40% de substrato comercial e 20% de fibra de coco para composição do substrato.
Para que haja uma restauração florestal eficaz é de fundamental importância o conhecimento sobre o crescimento inicial das plantas. Dentre os aspectos a serem considerados destacam-se as exigências nutricionais das espécies utilizadas para tal finalidade, tendo em vista que essas áreas, geralmente, apresentam solos de baixa fertilidade, o que pode dificultar o estabelecimento e crescimento das espécies plantadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar a influência da adubação fosfatada em espécies florestais nativas, destinadas à recuperação de uma área degradada. O experimento foi conduzido no Centro de Desenvolvimento Científico e Tecnológico da UFLA - Fazenda Muquém, situada no município de Lavras, Minas Gerais. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados completos, com 12 repetições e uma planta por parcela, em esquema fatorial 7 x 4, sendo sete espécies e quatro doses de superfosfato simples (0, 150, 300 e 450 gramas/cova). Aos 60 dias após o plantio, foram coletados dados sobre porcentagem de sobrevivência, diâmetro ao nível do solo e altura das plantas. Aos 300 dias, além do diâmetro e altura, foi avaliada a área de projeção de copa das plantas. As espécies apresentaram altos percentuais de sobrevivência, com exceção do Inga edulis, com sobrevivência de 58%. Dentre as sete espécies estudadas, Schinus terebinthifolius e Guazuma ulmifolia foram as que apresentaram maior crescimento dos parâmetros analisados, sendo, portanto, as espécies de maior potencial para um recobrimento mais rápido dessa área. A adubação fosfatada influenciou, de forma distinta, o crescimento inicial das sete espécies, em relação às doses de superfosfato simples aplicadas. Recomenda-se a dose de 250 gramas de superfosfato simples por cova, como adubação de base para todas as espécies.
O uso de resíduos agrícolas como alternativa na formulação de substratos é uma possibilidade relevante na produção de mudas, reduzindo simultaneamente custos e o acúmulo desses subprodutos no ambiente. O objetivo desse trabalho foi avaliar o potencial de substratos compostos por resíduos da produção de café para o desenvolvimento de mudas de Joannesia princeps Vell. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com três tratamentos em oito repetições, com 14 mudas por parcela (formulado 1: 10% vermiculita e 90% fibra de coco; formulado 2: 10% vermiculita, 30% casca de arroz carbonizada e 60% fibra de coco; formulado 3: 10% vermiculita, 30% casca de café carbonizada e 60% fibra de coco; fertilizados com 4000 g m-3 de Osmocote®). Foram realizadas avaliações de altura e de diâmetro do coleto das mudas aos 150 dias e aos 210 dias após a repicagem das mudas para tubetes. Não foi observada diferença estatística significativa ao nível de tratamento. A casca de café carbonizada se apresenta como componente alternativo à casca de arroz carbonizada para a formulação de substrato para a produção de mudas de J. princeps.
Entre os aspectos importantes para efetividade da adubação na implantação de povoamentos florestais encontra-se o controle da vegetação herbácea, principalmente nas áreas com predominância de braquiária. As respostas das espécies arbóreas as fontes de adubação em convivência ou não com Urochloa brizantha são bastantes diferenciadas. Objetivou-se com este trabalho, avaliar o crescimento inicial de Inga edulis na presença ou ausência de Urochloa brizantha, em solo sem adubação, com adubação mineral ou biossólido de lodo de esgoto. Foram estudados dois fatores, sendo o primeiro: ausência ou presença de duas plantas de U. brizantha por vaso, e o segundo fator: duas formas de adubação e ausência de adubação. Para instalação do experimento foram utilizados oito vasos de 18 litros por tratamento, com uma planta de Inga edulis em cada um. Vinte dias após o transplantio das mudas da espécie arbórea, realizou-se semeadura de U. Brizantha e 20 dias depois foi realizado desbaste, deixando duas plantas da gramínea por vaso. Aos 120 dias após o plantio, foram coletados os dados e posteriormente avaliaram-se os incrementos em altura e diâmetro, área foliar e massa de matéria seca da parte aérea de I. edulis. Para a herbácea foi avaliado a massa de matéria seca da parte aérea e do sistema radicular. Observou-se que o crescimento de I. edulis foi afetado negativamente pela U. brizantha, principalmente quando o solo foi adubado. Na ausência da herbácea, as plantas de I. edulis responderam positivamente à adubação. Para efetividade da adubação com 150 gramas de fosfato reativo ou 3 litros de biossólido de lodo de esgoto por cova como adubação de plantio, ureia e KCl como cobertura é indicado o controle da vegetação herbácea. Entre as adubações testadas, recomenda-se dar preferência ao biossólido, devido seu menor custo, além de ser uma das alternativas de uso sustentável deste resíduo.
Um dos principais componentes orgânicos utilizados em mudas é a casca de arroz, entretanto, não é encontrada com facilidade, principalmente no sul de Minas Gerais, enquanto que a palha de café é um dos principais resíduos gerados nesta região. Sendo assim, objetivou-se avaliar a viabilidade técnica da utilização de substratos à base de palha de café carbonizada (PCC) em detrimento da utilização de casca de arroz carbonizada (CAC), em formulação com fibra de coco (FC), para a produção de mudas de Eucalyptus urophylla e Anadenanthera macrocarpa. Foram testados quatro substratos, com cinco repetições e 20 mudas por parcela, utilizando delineamento em blocos casualizados. As proporções das misturas foram S1 (60% FC e 40% CAC), S2 (80% FC e 20% CAC), S3 (60% FC e 40% PCC) e S4 (80% FC e 20% PCC). Foram mensurados, aos quatro meses, a altura das mudas (H), o diâmetro de coleto (DC), a massa seca da parte aérea (MSPA), a massa seca do sistema radicular (MSSR) e calculados o índice de robustez (H/DC), a densidade de raízes (DR) e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD). Também foram feitas avaliações de facilidade de retirada das mudas do tubete e agregação das raízes ao substrato. Para o Eucalyptus urophylla, todos os parâmetros avaliados estiveram dentro do recomendando para expedição das mudas, contudo, os substratos à base de palha de café carbonizada obtiveram melhores resultados. Para a Anadenanthera macrocarpa, os parâmetros altura, diâmetro de coleto, índice de robustez e índice de qualidade de Dickson apresentaram-se dentro do exigido para expedição das mudas, em relação à formação do torrão, o tratamento empregando 60% de Fibra de coco e 40% de casca de arroz carbonizada apresentou maior média. Sendo assim, indica-se a utilização de palha de café carbonizada em detrimento da CAC para produção de mudas das duas espécies.
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