RESUMO: Este trabalho tem como objetivo revisitar aspectos centrais na literatura de fala-em-interação de sala de aula, atualizando-os à recente discussão que investiga relações epistêmicas no plano interacional. Parte-se das análises de Garcez (2006, 2012) sobre fala-em-interação de sala de aula para verificar em que medida a investigação mais atual de questões epistêmicas traz à tona novas contribuições para esses estudos. A discussão inclui também reflexões que partem da análise de como perguntas emergem na interação de pesquisadores num laboratório de tecnologia ( FRANK, 2015). Conclui-se que o olhar para a orientação dos participantes para os territórios de conhecimento no plano interacional não só coloca em foco questões relevantes para a discussão das assimetrias de conhecimento em sala de aula, como também instiga a busca pela descrição de organizações epistêmicas, em sala de aula, distintas do tradicional.
A partir da visão de língua como prática social (CLARK, 2000; SCHLATTER, GARCEZ,2012), propomos neste artigo princípios para planejar propostas em língua adicional paracrianças: a) a participação em práticas sociais na infância; e b) a constituição do repertório aser mobilizado a partir da prática social em foco. Esses princípios estão em consonância comos conceitos de língua adicional (LEFFA, IRALA, 2014; SCHLATTER, GARCEZ, 2012) erepertório (BUSCH, 2015) e têm por objetivo uma reorganização do modo de concebermose planejarmos o ensino de línguas na e para a infância. A reorganização discutida nesteartigo visa um deslocamento de uma visão de língua estruturalista (LEFFA; IRALA, 2014)em direção a uma visão mais abrangente que amplie as possibilidades de participação dascrianças em práticas sociais por meio dessa língua. Para tal, exemplificamos possibilidades deo redesenho de práticas pedagógicas e refletimos sobre essa mudança de paradigma.
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