Recebido em 8/3/05; aceito em 24/8/05; publicado na web em 16/2/06 RAINWATER CHEMISTRY AND ATMOSPHERIC DEPOSITION AT ILHA GRANDE, RJ. Wet (n = 21) and dry (n = 23) deposition samples were collected from March to September 2002 at the southern coast of Ilha Grande. Rainwater pH varied from 4.3 to 6.3 and ionic concentrations (in µmol L INTRODUÇÃOA composição química da água da chuva é uma combinação da composição química das gotículas que formam as nuvens e das substâncias que se incorporam às gotas de chuva durante a precipitação. Sendo assim, a água da chuva, de certa forma, retrata as características da massa de ar, no que diz respeito ao conteúdo de partículas e gases solúveis em água, através da qual atravessam as gotas de chuva durante a precipitação 1,2 . Evidência disso é a variação da composição química da água da chuva em relação ao tempo, que se observa no decorrer de um evento de precipitação 3 . Outra evidência é a relação inversa que há entre o total de íons dissolvidos e a quantidade de chuva precipitada, sugerindo que a maior parte dos íons presentes na água da chuva se incorpora a ela durante a precipitação, processo conhecido como remoção abaixo da nuvem ("below-cloud removal") 3-6 . As deposições atmosféricas constituem um dos principais mecanismos da ciclagem e redistribuição dos vários elementos quí-micos sobre a superfície do planeta, exercendo, portanto, um papel fundamental nos processos biogeoquímicos continentais e costeiros. O conhecimento quantitativo e qualitativo das deposições atmosféricas é relevante para o entendimento dos ciclos biogeoquí-micos de elementos e da influência das atividades antrópicas nestes processos. As águas costeiras, um dos mais valiosos e vulnerá-veis habitats da Terra, estão sujeitas à influência do aporte de nutrientes não só através dos rios e águas subterrâneas, mas também da atmosfera. Por ex., o elevado aporte de nutrientes via atmosfera pode trazer como conseqüência o aumento da população fitoplanctônica, bem como alteração na distribuição das diferentes espécies destes organismos 7 . Estudos recentes apontam para potenciais conseqüências do aumento do aporte atmosférico de nitrogênio (N) em ecossistemas tropicais terrestres. No caso, se o aporte atmosférico de N superar sua demanda biológica (produção primá-ria), o sistema passa a perder a capacidade de reter N, provocando o aumento da transferência de N para águas subterrâneas e rios, bem como o aumento das emissões para a atmosfera de óxidos de N, tais como óxido nítrico (NO) e óxido nitroso (N 2 O) 8 . Outra conseqüência é o aumento da acidez do solo provocada pelo aumento da taxa de nitrificação, ou seja, oxidação do íon amônio (NH 4 + ) pelas bactérias nitrificantes, visto que para cada NH 4 + oxidado formam-se dois íons H + (NH 4 + + 2O 2 → 2H + + NO 3 -+ H 2 O). O presente estudo foi realizado na costa sul da Ilha Grande (RJ) e teve os seguintes objetivos: conhecer a composição química da água da chuva, identificar alguns dos fatores atuantes no controle da composição química da água da chuva, ...
]. De acordo com o inventário da FEEMA 10 , as fontes fixas contribuíram com 88% do total das emissões de SO 2 e as fontes móveis com 67% do total das emissões de NO x . As indústrias petroquímicas foram responsáveis por 45% do total das emissões de SO 2 e 13% do total das emissões de NO x . Sabe-se que toda essa quantidade de poluentes lançada à atmosfera deve retornar à superfície. Entretanto, até então não se conhece a abrangência da dispersão desses poluentes e quais são as áreas predominantemente receptoras. A direção predominante dos ventos de superfície na entrada da Baía de Guanabara e suas proximidades é a do quadrante sul 11,12 . Sendo assim, é possí-vel que uma parte dos poluentes atmosféricos procedentes dessas emissões sejam transportados e depositados no trecho da Serra do Mar situado ao norte da Bacia da Baía de Guanabara e especialmente sobre as vertentes voltadas para o Atlântico.O presente trabalho teve como objetivo estimar o aporte atmosfé-rico de amônio (NH 4 + ), nitrato (NO 3 -) e sulfato (SO 4 2-) no trecho de Floresta Ombrófila Densa Montana da Serra dos Órgãos (FODM) (RJ), área potencialmente susceptível às influências das deposições de poluentes atmosféricos oriundos das emissões antrópicas da RMRJ. A susceptibilidade potencial dessa área deve-se não somente à quantidade de poluentes emitidos pela RMRJ, mas a algumas outras variáveis, tais como relevo e distância das fontes emissoras, e elementos climáticos, como ventos predominantes e pluviosidade. INTRODUÇÃOAs deposições atmosféricas constituem uma das principais etapas da ciclagem e redistribuição dos vários elementos químicos sobre a superfície do planeta. Por isso, o seu conhecimento quantitativo é essencialmente importante para o entendimento dos ciclos biogeoquímicos e das influências antrópicas nos mesmos. As duas principais formas de deposição atmosférica são a úmida e a seca. A primeira compreende os processos de remoção de partículas e gases da atmosfera através da chuva, neblina ou neve. A segunda engloba todos os processos de transferência de partículas e gases para todos os tipos de superfície (plantas, solos, rochas, água e materiais) na ausência de chuva. Diferentemente da deposição úmida, estimar os fluxos de deposição seca é tarefa difícil face ao elevado número de variáveis envolvidas em seu controle [1][2][3] . Desde meados do século XIX, atividades humanas voltadas à produção de energia e alimento vêm progressivamente aumentando não somente as emissões globais de carbono, mas também de nitrogênio (N) e enxofre (S) para a atmosfera. Dentre elas, a queima de combustíveis fósseis tem sido a principal responsável pelas emissões dos óxidos de nitrogênio (NO x = NO + NO 2 ) e dióxido de enxofre (SO 2 ). Nos últimos 25 anos, as emissões globais antrópicas de amônia (NH 3 ) vêm crescendo progressivamente em função da produção e uso de fertilizantes sintéticos, queima de combustíveis fósseis, queima de biomassa e excreta humana e animal. Isso tem acarretado aumento da deposição atmosférica de amônio (NH 4 + ), particularmen...
ABSTRACT. PM 2.5 and PM 2.5 10 samples were collected at São José dos Campos (São Paulo) from February 2004 to February 2005. During this time there were two periods of drought, one lasting for 25 consecutive days and a second one for 38 days. The later exhibited higher PM concentrations values than the first one. Data were divided into two groups, one comprising all measurements carried out during the 63 days without rain (dry period) and a second one comprising the remaining data (regular period). The PM 2.5 and PM 2.5 10 average concentrations were respectively 23 ± 7.5 and 19 ± 7.9 μg m −3 during dry period and 14 ± 7.9 and 13 ± 7.9 μg m −3 during regular period. There was a day-of-week variation with highest average concentrations on Wednesday (PM 2.5 ) and Thursday (PM 2.5 10 ) and lowest on Sunday. The PM 2.5 10 exhibited the most pronounced variation suggesting an association with vehicular emissions. During both dry and regular periods, average SO 2− 4 and NH + 4 concentrations were about 5 times higher in the fine than in the coarse fraction. PM 2.5 ionic concentrations, especially that of K + , were higher in the dry period compared to regular one (except for Cl − , Na + and Mg 2+ ). Hierarchical cluster analysis and backward air mass trajectories indicate that during the dry period NO Keywords: atmospheric particulate matter, inhalable particles, fine particulate matter, coarse particulate matter, long-range transport. duas longas estiagens, com durações de 25 e 38 dias consecutivos. As concentrações de MP foram maiores na segunda do que na primeira. Os dados foram divididos em dois grupos, um contendo resultados das medições efetuadas durante as duas estiagens (período seco) e outro contendo os dados do restante do ano (período regular). As concentrações médias do MP 2,5 e MP 2,5 10 foram respectivamente 23 ± 7,5 μg m −3 e 19 ± 7,9 μg m −3 no período seco e 14±7,9 μg m −3 e 13 ± 7,9 μg m −3 no período regular. Houve variação entre os dias da semana, com concentrações médias de MP maiores na quarta-feira (MP 2,5 ) e quinta-feira (MP 2,5 10 ) e menores no domingo. A variação mais acentuada ocorreu para o MP 2,5 10 , sugerindo uma relação com emissões veiculares. Durante os períodos seco e regular, as concentrações de SO Palavras-chave: material particulado atmosférico, partículas inaláveis, material particulado fino, material particulado grosso, transporte a longa distância. RESUMO. Amostras de MP
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