Neste artigo apresentamos uma teorização sobre desenvolvimento profissional de professoras que ensinam matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Investigamos como esse grupo reconstitui e modifica ou não suas ideias sobre a aprendizagem e as possíveis implicações nas práticas. Entrevistamos 10 professoras de uma escola no município do Rio de Janeiro. Partimos da dinamicidade do que é experienciado e trabalhamos no âmbito das significações e das práticas, justificando um estudo qualitativo. Tomamos como referência o Modelo dos Campos Semânticos para uma leitura plausível, contemplando as noções de estranhamento e descentramento. Para as professoras, não saber matemática e não saber ensinar gera desconfortos e estranhamentos. Elas encontram na formação um espaço comunicativo de legitimação de modos de produção de significados. As professoras exercitam o descentramento, a aprendizagem dos alunos é que orienta o ensino. Essas professoras caminham na direção de novas práticas que viabilizam a análise e a tematização dos significados produzidos.