Com o objetivo de caracterizar os parâmetros morfológicos, determinar o grau de malignidade e avaliar a expressão da p53, e-caderina e metaloproteinases -2 e -9 em carcinomas de células escamosas (CCEs) de cães, foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de CCEs de cães de 1996 a 2009 do Laboratório de Patologia Animal na Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Foram selecionadas 13 amostras de CCEs de cães, dentro de um total de 63 amostras de CCE de animais domésticos. Os parâmetros morfológicos analisados foram: pleomorfismo nuclear e celular, número de mitoses, presença de pérolas de queratina, pontes intercelulares, cordões ou fileiras, população densa de células neoplásicas, estroma, metaplasia, estágio de invasão e tipo de infiltrado inflamatório. Dos 13 tumores, 38,5% foram classificados como bem diferenciados, 38,5% como moderadamente diferenciados e 11% como pouco diferenciados. O principal parâmetro utilizado para caracterizar os CCEs foi o pleomorfismo celular e nuclear, que se manteve consistente com a classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), divergindo somente em 7,7% das amostras. Outros parâmetros, como número de mitoses, pérolas de queratina e pontes intercelulares, apresentaram divergências em 23-46% das amostras analisadas. Em relação às MMP-2 e -9, quatro amostras apresentaram imuno expressão para ambas as metaloproteinases, e em três amostras foi observada a ausência da expressão. As divergências encontradas podem indicar a necessidade de análises mais precisas desses parâmetros morfológicos para a classificação de CCE em cães. Dentre as sete amostras analisadas pela imuno-histoquímica, em nenhuma foi observada a expressão das proteínas p53 e e-caderina. As MMP-2 e -9 parecem apresentar um papel importante no comportamento agressivo no carcinoma de células escamosas e o emprego desses marcadores na rotina da histopatologia veterinária poderia servir como indicador de prognóstico para o carcinoma de células escamosas em cães.
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