A doença periodontal é fator de risco independente para parto prematuro. O objetivo desse trabalho é analisar a influência da condição periodontal da gestante e seu parceiro sexual no desenvolvimento de Vaginose Bacteriana e risco de nascimentos prematuros. Foi realizado um estudo observacional, analítico, longitudinal e prospectivo avaliando 71 gestantes e 15 parceiros sexuais acompanhados no pré-natal em uma unidade básica de saúde de Maceió - AL. Utilizou-se um formulário para coleta de dados sociodemográficos, hábitos sexuais, história obstétrica pregressa, da gestação atual, acesso aos serviços odontológicos e percepção sobre hábitos de saúde bucal. Foram avaliados a cultura de secreção vaginal, a condição de saúde bucal de gestantes e parceiros e desfecho obstétrico. Os dados foram tabulados no programa Excel (Microsoft Office®) e sintetizados em tabelas e gráficos. Os resultados das variáveis qualitativas foram expressos por meio das frequências absoluta (n) e relativa (%). Para as variáveis quantitativas foram calculados média e desvio padrão, utilizando-se o software "SPSS® Statistics for Windows" (versão 20.0). A análise inferencial foi conduzida pelos testes qui-quadrado x2 e regressão logística para identificar fatores associados ao nascimento pré-termo (variável dependente), sendo determinado um nível de significância de 5% (p<0,05). Ocorreu parto prematuro em 25,4% das gestantes, 52,1% tinham 26 anos ou mais, eram negras ou pardas, possuíam renda mensal inferior a um salário-mínimo e apresentavam parceiros sexuais fixos. Dessas, 11,3% eram tabagistas e/ou etilistas; 91,5% tinham vida sexual ativa, sendo o sexo vaginal o mais presente (90,1%) e 46,5% faziam sexo oral. Quatro pacientes relataram prematuridade prévia. O patógeno mais presente nas culturas de secreção vaginal foi Gardnerella vaginalis (fator etiológico para vaginose). As pacientes não realizaram visita ao cirurgião-dentista em 64,8% no último ano e 84,5% não realizaram consulta odontológica no pré-natal. O uso do fio dental não era realizado em 53,5%. Em relação à saúde bucal, o índice de placa visível (fator de risco para doença periodontal) foi de 83,7% nas gestantes e 90,3% nos parceiros. Sendo que, 76,1% das gestantes e 66,7% dos parceiros tinham periodontite. A elevada prevalência de bolsa periodontal nas gestantes pode ajudar a explicar a ocorrência de parto prematuro. Na realização da análise bivariada, a renda familiar > R$ 1.100,00, estava associada estatisticamente (p ≤ 0,20) a maior índice de parto normal. Possuir doença crônica também mostrou correlação com maior risco de PP (p = 0,05). A prematuridade prévia aumentou em mais de sete vezes a chance de a paciente ter novo PP. Realizar mais que seis consultas no pré-natal aumentou em cerca de quatro vezes a frequência de PP. Não foram observadas diferenças significativas em os grupos em relação aos parâmetros clínicos periodontais e o desfecho obstétrico (p> 0,05). Na análise múltipla de regressão logística, nenhum dos fatores levantados como de risco para PP teve associação com a prematuridade. O número de participantes da pesquisa, especialmente de parceiros, pode explicar esse resultado.
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