Este artigo propõe observar elementos gerais referentes à construção da cultura jovem na Cidade de Goiás na década de 1960. Em contexto de crise, alguns jovens de Goiás, por não encontrarem canais políticos de expressão e não concordarem com os objetivos e métodos de violência simbólica impostos pelo regime, desenvolveram mecanismos de resistência e contestação. Nesse sentido, acredita-se que o episódio da destruição da Pedra Goiana é exemplar para a visualização de alguns aspectos da cultura jovem da "Geração AI-5" e das orientações coletivas que configuraram sua visão de mundo.
A Igreja de Nossa do Rosário em Goiás sempre nos intrigou, primeiro por sabermos que seu nome trazia silêncios e segundo porque havia sido demolida e reconstruída na década de 1930. Apegados a estes problemas partimos em busca de maiores esclarecimentos quanto a estas memórias subterrâneas, então nos deparamos com possíveis eliminações de memórias afro descendentes da história de Goiás. A anterior Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, feita por negros escravos para abrigar a irmandade em devoção à Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos foi demolida por ordem dos dominicanos e, em seu lugar foi reconstruída outra igreja em um estilo europeu totalmente díspar das características arquitetônicas encontradas nos Sertões de Goiás, com a ajuda financeira da prefeitura e do povo vilaboense 1, prática capaz de orientar problemas quanto à perspectiva patrimonial da cidade, o preconceito de raça e o direito à memória. Nos itinerários da pesquisa lançamos horizontes de expectativas alicerçados nos conceitos de memória, patrimônio, poder e identidade trabalhada por autores canônicos, com produção importante no campo das propostas aqui exercitadas.
O artigo tece algumas considerações sobre o luto estratificado em memórias femininas e o gênero a partir de fotografias fúnebres guardadas na reserva técnica do Museu Casa de Cora Coralina, na cidade de Goiás. Na produção de nossa argumentação partimos da musealização da memória do luto depositado em fotografias guardadas por Jacintha Luiza do Couto Brandão e Cora Coralina entre fins do século XIX e o século XX. Deste estudo observamos que a guarda exercitada por mulheres é atravessada por marcas de gênero em que a construção histórica do leque de simbolismos sexuais impôs a elas tarefas relativas à exteriorização da dor e da perda. Deste modo consideramos que o gênero operou em muitos seguimentos da vida social de mulheres viúvas, obrigando-as a tornarem-se responsáveis, dentre várias coisas, pela memória de seus mortos.
Resumo: Este artigo analisa as interlocuções entre memória, patrimônio, artes do saber-fazer e as relações de gênero na Unidade Prisional de Goiás com enfoque no projeto Cabocla: bordando cidadania, o modo como ele tem contribuído para uma outra formatação da experiência feminina no cárcere, a economia simbólica e a patrimonialização de objetos através da eleição da cultura vilaboense, reproduzida em bordados feitos por mulheres encarceradas. Por meio de entrevistas com a idealizadora do projeto e com uma esposa de reeducando, uma ex-reeducanda e uma mulher que cumpre pena privativa de liberdade, alinhavamos um painel sobre os impactos da atividade manual no encarceramento e na trajetória de vida dessas mulheres. Palavras-chave: bordado; memória; cárcere; patrimônio.Abstract: This article examines the dialogues between memory, heritage, arts know-how and gender relations in Prison Unit Goiás focusing on Cabocla project: embroidering citizenship, the way he has contributed to a other formatting of the female experience in prison the symbolic economy and patrimony of objects through the election of vilaboense culture, reproduced in embroidery made by women prisoners. Through interviews with the creator of the project and reeducating with a wife, an ex-convict and a woman who still meets custodial sentence, sew a panel on the impact of incarceration on manual activity and the life course of these women. Keyword: embroidery; memory; jail; patrimony. Desfiando a tramaAs mulheres costumam ser uma leve sombra no teatro das memórias devido a narrativa histórica tradicional privilegiar a cena pública, lugar onde elas pouco comparecem. Se a escrita por muitos anos lhes fora negada e aqueles que redigiram sua história se pautaram em documentos públicos que silenciavam na maioria das vezes sua
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