Some Portuguese verbs have two different past participles, such as, e.g., aceitar 'accept', with participles aceitado and aceito; and limpar 'clean', with limpado and limpo. The first one in each pair mentioned is thematic, whereas the second one is athematic. While regular thematic participles all bear stress on the theme vowel, these athematic participles all bear the primary stress on the athematic stem. As the morphosyntactic category first person singular present indicative (1spi) is realized by {-o}, it normally coincides the masculine form of this athematic participle, giving rise to a syncretism between 1spi and the participle. The aim of this paper is to track the appearance of this kind of participle and the resulting syncretism in Portuguese and the changes making it possible for new participles to be formed in this way in colloquial Brazilian Portuguese.
Examinar as obstruintes do latim clássico com um olhar tipológico, e também levando em consideração os fatores fonéticos que explicam o que é comum e o que é raro nos revela que o inventário latino de obstruintes tinha características bastante comuns em termos tipológicos. O inventário de oclusivas e fricativas contém algumas das obstruintes mais comuns nas línguas em geral, e suas propriedades com relação ao vozeamento e os contextos em que ele se neutraliza se baseiam em propriedades fonéticas. Existe contraste de vozeamento, mas só entre as oclusivas. As fricativas são apenas surdas. Isso está de acordo com a tendência tipológica de maior raridade do vozeamento entre as fricativas, já que cerca de dois terços das línguas apresentam contraste de vozeamento entre as oclusivas, mas só cerca de um terço apresenta esse contraste entre as fricativas. Os contextos em que se neutraliza o contraste de vozeamento total ou parcialmente têm uma motivação fonética. Neste artigo são analisados dois desses contextos: a geminação e o final de palavras.
Resumo: À semelhança do que fez Cantoni (2013) para o sistema de acento do português como um todo, proponho neste trabalho uma explicação diacrônica para o fato de os verbos terem acento móvel e os não verbos terem acento fixo em português. Adoto uma perspectiva diacrônica, considerando, como proposto nas abordagens de sistemas dinâmicos, que o conhecimento do estado inicial de um sistema nos ajuda a entender seu estado atual. Nesse sentido, examino os paradigmas flexionais de substantivos latinos e as mudanças que ocorreram desde o latim até o português com o intuito de verificar em que medida essas mudanças morfológicas acabaram determinando características do sistema acentual do português. Em sua grande maioria, os substantivos apresentavam deslocamento do acento em seu paradigma em latim. Como é demonstrado neste trabalho, no entanto, o acusativo era o único caso em que praticamente não havia deslocamento de acento em latim do singular para o plural. O fato de o acusativo ter sido o caso lexicogênico do português, isto é, o caso cujas formas deram origem aos substantivos e adjetivos correspondentes do português, acabou tendo como resultado a imobilidade do acento nos não verbos. Ele era o caso de realização mais frequente e, como seria de se esperar numa perspectiva baseada no uso, foi o único caso que sobreviveu. A seção final do texto discute ainda o fato de que as mesmas mudanças diacrônicas fizeram com que as vogais temáticas nominais e adjetivais nunca sejam acentuadas em português. Palavras-Chave: acento; português; diacronia.
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