Propõe-se analisar o tratamento das paixões da alma apresentado pelo médico italiano Alessandro Petronio em seu Del viver delli romani et di conservar la sanità, de 1592. Petronio sistematiza intervenções terapêuticas que agem na articulação entre as paixões, a capacidade de imaginar e pensar os cuidados com o corpo e a relação com o desejo.
Este artigo examina as relações estabelecidas no campo da medicina da alma entre a embriaguez e os males da alma. Parte da atitude ambivalente em relação ao vinho sustentada desde a Antiguidade para mostrar como no século XVIII explicações baseadas nas dinâmicas psicofisiológicas e tratamentos que faziam apelo à ordenação da razão com a vontade para o domínio dos apetites são substituídos por uma concepção propriamente patologizante do abuso da bebida.
A arte de consolar alguém que sofre tem uma longa história. Alguns pensadores tornaram-se uma referência fundamental no Ocidente e seus escritos exerceram importante influência, sobretudo na tradição da medicina da alma. É o caso de Sêneca, herdeiro inovador do estoicismo antigo, que escreveu a Consolação a Márcia (Ad Marciam de Consolatione) entre os anos 37 e 41, na Roma sob o governo de Calígula. Essa carta pública endereçada a uma nobre dama romana que perdera um filho é considerada a obra mais antiga conhecida e datada desse homem político e pensador, nascido em Córdova, no ano 4 a.C e morto no ano 65, e é, sem dúvida, um texto de grande interesse para a compreensão da antiga prática da consolação.
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