sobre os casos notificados de LTA. Os dados foram agrupados segundo as variáveis idade, sexo, raça/cor e município de residência e analisados por meio do qui-quadrado, utilizando o programa BioEstat v5.3, observando o p-valor < 0,05. Para a confecção do mapa, utilizou-se o TabWin v.4.15. RESULTADOS: Foram notificados 34.609 casos confirmados. A incidência foi de 43,89 casos/100.000 habitantes. Houve predominância do sexo masculino (79,88%), idade entre 20 a 39 anos (48,82%) e pardos (71,77%). Registrou-se ocorrência significativa em mulheres, crianças menores de 10 anos de idade e idosos. A forma cutânea foi predominante em 97,39% dos casos, e 72,19% evoluíram para cura. CONCLUSÃO: A LTA ainda é um grave problema de saúde pública no Pará, apresentando alta incidência na população. A distribuição espacial dos casos não é homogênea no território paraense, possuindo maior concentração em áreas distantes da capital do estado. Sugere-se a existência de transmissão peri e intradomiciliar relacionada ao acometimento de crianças menores de 10 anos de idade e idosos.
As doenças infecciosas e parasitárias ainda apresentam grande importância à saúde pública no Brasil, principalmente em estados das regiões Norte e Nordeste, nos quais persistem precárias condições de vida. O presente trabalho objetiva descrever o perfil epidemiológico de pacientes atendidos no ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade Federal do Pará. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, descritivo e transversal realizado no Ambulatório do Núcleo de Medicina Tropical mediante palestras educativas. Teve como público-alvo indivíduos com idade a partir de 18 anos, sendo selecionados 56 questionários tendo como critérios de inclusão o desejo de participar da pesquisa, explícito mediante assinatura de TCLE, e como critérios de exclusão, indivíduos que se recusaram a assinar o TCLE. Resultados: Foram respondidos 56 questionários sociodemográficos. Em relação a variável idade, têm-se que a média das idades dos participantes os quais optaram por informar foi de 44,21 anos. Em relação a escolaridade, 25% possuem apenas o ensino fundamental; 25%, apenas o ensino médio e 26,78%, afirmaram possuírem ensino superior. Sobre a atividade realizada, 87,50% afirmaram que a palestra proporcionou novos conhecimentos e autocuidado; 8,93%, negaram e 3,57% não responderam. Discussão: As doenças infecciosas e parasitárias envolvem diversos aspectos, entre eles enfatiza-se a importância da integração entre formas de aumentar a prevenção e realizar um maior controle da disseminação patógena. É evidente a necessidade de ações que promovam a prevenção e controle das doenças de cunho infeccioso de maneira multisetorial. Conclusão: Nota-se a importância de palestras educacionais de promoção de saúde para transmissão de conhecimento e de novos aprendizados para população, pois o projeto conseguiu repassar com êxito informações básicas e fundamentais de autocuidados em saúde. Diante disso, é fundamental a adoção de mais medidas de educação em saúde para minimizar riscos para sociedade.
Este artigo tem como principal objetivo problematizar como a ideia de mestiçagem está muitas vezes ancorada de forma velada na tentativa de inviabilização da cultura negra no Brasil. O texto ora apresentado tenta problematizar o quanto o ideal de democracia racial emerge a partir do discurso velado de país mestiço-harmonioso e apresenta os mais expressivos intelectuais brasileiros, dentre eles Cavalleiro (2001) e Silva (2014), que discutem sobre o processo de branqueamento da sociedade brasileira. Todavia, é à luz de Kabengele Munanga que tentamos descortinar esse discurso ilusório e superficial da mestiçagem. As reflexões metodológicas que guiaram a escrita do artigo emergiram a partir de leituras sistemáticas e de discussões na disciplina Educação, Culturas e Diversidades, ministrada no Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal do Amapá. Para nós, mestiçagem existe sim, mas foi usada como discurso ideológico e falacioso ao longo da história com o intuito de manter o poder da elite dominante e branca.
Neste artigo analisamos a produção audiovisual da ONG Greenpeace Brasil, publicada no Facebook, na campanha “Salve o Coração da Amazônia”. O corpus é formado por 27 vídeos – principal estratégia para dar visibilidade às demandas do povo Munduruku. A partir da narratologia, identificamos que intrigas são criadas de forma estratégica para sustentar debate público sobre a construção de hidrelétricas na bacia do Tapajós, mas o discurso reforça imagem estereotipada da região e dos indígenas
A partir do conceito cultural e linguístico de lusografia, de Jean-Michel Massa, que reitera a diversidade de enunciados em uma única – embora diversificada – língua portuguesa, e das ideias de memória pessoal e memória histórica da região amazônica, o presente estudo pretende desvendar, através da análise dos romances Belém do Grão-Pará (1960) e Passagem dos Inocentes (1936), ambos de Dalcídio Jurandir, a sociedade paraense da primeira metade do século XX, já que o citado autor testemunhou esse mundo e construiu nos seus romances uma interpretação da sua experiência testemunhal, vista a partir das margens, das periferias, com os pés bem firmes no chão. Para demonstrar essa preocupação do autor em retratar as minorias, nos debruçamos sobre a análise da personagem “Mãe Ciana”, de Belém do Grão-Pará, que, embora aparentemente secundária na trama, constitui uma perfeita alegoria étnicocultural da Amazônia – fruto da mistura envolvente entre nativos ameríndios e negros filhos da diáspora africana no Norte do Brasil. Dalcídio, autor etnógrafo, tem como perspectiva principal a de romancista, embora também chame a atenção a sua prática jornalística, que brilhantemente faz par com a outra, a de criador de romances. Nesse estudo, ressaltamos que o autor utiliza, além de sua memória pessoal, a memória histórica da região amazônica baseada em pesquisas e em testemunhos de amigos e parentes, fatos e pessoas que viveram em Belém na primeira metade do século XX, transformando os seus romances em verdadeiros “lugares de memória”, emaranhados à memória coletiva dos sujeitos amazônicos, priorizando os mais pobres, que ganham o leitor na mesma forma de identificação e significados. Dalcídio percebia a história como um campo de lutas e sua narrativa compromissada com a maioria explorada demonstra isso, escrevendo um romance politico capaz de contribuir com a transformação do mundo.
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