Este texto traz reflexões e orientações técnicas e científicas frente à pandemia do novo coronavírus, uma situação de crise e emergência com reflexos sociais, econômicos e na saúde das populações e dos profissionais expostos diretamente aos riscos de contaminação. O foco principal são os problemas de saúde mental, tendo em vista o temor pela exposição ao contágio, a situação de isolamento e confinamento e a medida de quarentena adotada em vários países. São discutidas em evidênciascientíficas e inferências produzidas na literatura nacional e internacional sobre os impactos da COVID-19 na saúde das pessoas, especialmente as mais vulneráveis, e as possibilidades de contenção, mitigação e prevenção de sintomas de transtornos mentais. Nesse contexto, apontam-se os impactos na saúde mental observados e previstos nos profissionais que atuam na linha de frente da situação de emergência.
Resumo Riscos psicossociais no trabalho são discutidos sob diferentes nomenclaturas, tais como como fatores psicossociais, fatores de riscos psicossociais, estressores e aspectos psicossociais. O objetivo desta revisão é analisar criticamente os aspectos teóricos e conceituais que sustentam as diferentes denominações para riscos psicossociais relacionados ao trabalho. Foram selecionados 64 artigos para composição desta revisão, publicados entre os anos de 2006-2016, nas bases Scopus e Web of Science. Em função dos termos serem descritos indistintamente na literatura, não há uma clara definição de quais fatores são considerados riscos psicossociais ocupacionais. Este cenário afeta a maneira como se compreendem os riscos psicossociais no trabalho, tornando-os de difícil definição e avaliação. O construto riscos psicossociais ainda é um conceito ambíguo e precisa ser melhor operacionalizado em suas facetas e na legislação em Saúde e Segurança do Trabalho. Salienta-se a necessidade de um aperfeiçoamento do conceito de riscos psicossociais ocupacionais, pouco explorado na literatura.
Resumo O estudo avaliou a prevalência de sintomas de depressão e ansiedade em uma amostra de trabalhadores brasileiros de diversos segmentos, durante a pandemia da Covid-19. Foi também verificada a correlação entre as escalas de ansiedade e depressão dos instrumentos de rastreio. Foram coletados dados on-line por meio de três instrumentos: questionário sociodemográfico e ocupacional, a Depression, Anxiety and Stress Scale - Short Form e o Inventário de Saúde Mental Ocupacional. Participaram 503 profissionais, destes 78,5% do sexo feminino, com idade média de 41,38 anos, das quais 92% cursaram o ensino superior e residiam na região Sul do Brasil. Ambas as escalas detectaram maior prevalência de sintomas de ansiedade em mulheres (54,3% e 59,9%) e em pessoas solteiras (68,8% e 68,1%). Houve associação significativa entre desfechos de sintomas de ansiedade e depressão e prevalência de duas variáveis independentes: o contato com pessoas diagnosticadas com Covid-19 e sentir-se preocupado com a pandemia. O Inventário de Saúde Mental Ocupacional mostrou maior sensibilidade para aferir sintomas de ansiedade e discriminar os trabalhadores que apresentam sintomas daqueles que indicam ter saúde mental, quando comparado ao outro instrumento. Sugerem-se estudos longitudinais para capturar os efeitos de longo termo dos desfechos avaliados, a fim de aperfeiçoar a análise dos preditores dos valores críticos e não críticos dos sintomas de agravos à saúde mental.
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