na avenida Presidente Vargas, uma via central da cidade de Belém que se caracteriza como um espaço de intensa circulação de pessoas oriundas de diferentes camadas sociais, representantes de múl-tiplas experiências no mundo urbano belemense, refletindo a heterogeneidade cultural (Velho, 1994) presente na metrópole. Um dos pontos pesquisados foi a Associação dos Taxistas da Praça da República, situada em frente ao Hilton, o primeiro hotel cinco estrelas a ser edificado na cidade.O segundo ponto, mais próximo à área comercial da mesma avenida, encontra-se na esquina com a rua Manoel Barata, ao lado do extinto Cinema Palácio e do também extinto Central Hotel, cujo prédio, hoje reformado, comporta uma grande loja de vestuário. As conversas com os motoristas que labutam nesses locais nos conduziram por uma rede de interlocutores entre os quais estão seu Alain, presidente do Sindicato de Taxistas do Estado do Pará, e outros três taxistas aposentados que O imaginário urbano belemense 1 O presente artigo é resultado de uma pesquisa realizada entre os anos de 2007 e 2008. Nosso objetivo na época era captar as impressões e as interpretações de antigos taxistas sobre a cidade de Belém (PA) ao longo do tempo, de modo a refletir sobre as maneiras pelas quais os trabalhadores vivenciaram e sentiram as mudanças ocorridas na urbe, bem como o seu ponto de vista sobre este processo. Dessa forma, empenhamo-nos em coletar narrativas destes profissionais sobre o seu ofício, acerca das modificações ocorridas nos espaços da cidade, além das histórias fantasmagóricas ou escabrosas em que o personagem do taxista se insere como protagonista do evento narrado.Ao longo da pesquisa de campo foram visitados, principalmente, dois pontos de táxi localizados
Este artigo apresenta resultados de pesquisa que investigou impactos econômicos, sociais e culturais na vida de moradoras/es remanescentes atingidas/os pela intervenção urbanística Orla, que compõe o Projeto Portal da Amazônia em Belém do Pará. A pesquisa foi orientada pelo método do materialismo histórico e dialético e contou com levantamento bibliográfico, documental e de campo. Foram entrevistados/as 39 moradores/as não removidos/as pelo referido Projeto. Durante a pesquisa, pôde-se perceber a memória dos/as moradores/as como forma de resistência às lógicas do projeto, tensionando os discursos oficiais de resgate do contato com o rio e de democratização da orla. Verificou-se que a implementação do Projeto Orla reforça a segregação socioespacial, agrava as condições de moradia e a insegurança da posse. A pesquisa revelou, ainda, como o lugar da memória, do vivido e do valor de uso contrapõe-se ao lugar da intervenção, do valor de troca e da cidade mercantilizada.
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