Rev Bras Psiquiatr. 2006;28(1):80-5 83 Cartas aos editores consagram o lítio como primeira escolha terapêutica em pra-ticamente todas as fases e apresentações do TB. 5 Conclui-se que os psiquiatras (principalmente aqueles em formação) de-vem ser estimulados a conhecer de forma precisa as indica-ções do lítio e aprenderem a utilizar esta medicação, que tem auxiliado tantos pacientes. O legado do brilhante professor e pesquisador Mogens Schou, falecido recentemente, permanece mais atual do que nunca. Alegre (RS), Brasil Referências 1. Fieve RR. Lithium therapy at the millennium: a revolutionary drug used for 50 years faces competing options and possible demise. Bipolar Disord. 1999;1(2):67-70. 2. Schou M, Juel-Nielsen N, Stromgren E, Voldby H. The treatment of manic psychoses by the administration of lithium salts. J Neurol Neurosurg Psychiatry. 1954;17(4):250-60. 3. Schlagenhauf G, Tupin J, White RB. The use of lithium carbonate in the treatment of manic psychoses. Am J Psychiatry. 1966;123(2):199-207. 4. Sr. Editor, Nos últimos anos, a psiquiatria brasileira avançou muito no sentido de declarar todo e qualquer potencial conflito de interesse. No último congresso da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em Belo Horizonte (MG), todos os partici-pantes foram solicitados a declarar qualquer envolvimento comercial que pudesse, mesmo que remotamente, influen-ciar as suas apresentações. A própria Revista Brasileira de Psiquiatria (RBP) tem orientações muito claras para os auto-res quando da submissão dos artigos. Por isso, foi com grande surpresa que li, na última edição da RBP, o artigo do grupo do GREA-USP, 1 no qual não consta o reconhecimento de conflitos de interesse. É fato público que pelo menos dois dos autores desse artigo trabalham ou trabalharam na época da submissão do artigo numa ONG com financiamento da indústria do álcool (CISA). Na área da dependência química, várias das principais re-vistas internacionais têm códigos muito bem definidos sobre fontes de potencial conflitos de interesse, especialmente quan-do se trata de profissionais que aceitam financiamento da in-dústria do cigarro e do álcool. A declaração de haver, por parte dos profissionais, o envolvimento com a indústria do álcool ou do cigarro, lógico que não coloca necessariamente sob suspeita todo o eventual trabalho sério do ponto de vista científico. No entanto, acho que é um direito dos leitores da RBP saberem as eventuais fontes de conflitos de interesse para desenvolverem a sua própria opinião sobre a influência dessas indústrias na qualidade dos artigos publicados. Espero que os editores da RBP possam corrigir essa falta de informação.