Resumo: O presente artigo aborda, por meio de análise da produção teórico-bibliográfica específica e de observações dos autores, a formação de jovens muçulmanos em Burquina Faso. A temática central vincula-se ao debate mais geral sobre educação e diversidade, pois discute, de um lado, a hegemonia educacional de orientação laica e em língua francesa oficializada pelo Estado e, de outro, a resistência de um segmento da sociedade que prefere inscrever seus filhos em escolas de orientação muçulmana cujo ensino se faz em árabe ou bilíngue (francês e árabe). Descreve-se o contexto sociopolítico em que se constituem as instituições de ensino islâmicas, ressaltando a importância das escolas franco-árabes e das novas instituições universitárias muçulmanas da rede privada de ensino superior.Segue-se uma discussão sobre a contribuição dos jovens formados nesses contextos (dentro e fora do país) para a manutenção e renovação do ensino em seu conjunto. Ressalta-se a presença de ação política de tais grupos, que fazem apelo à noção de cidadania a partir da prática religiosa. Conclui-se que a existência da contribuição islâmica, que permanece como espaço de construção de sentido para um número grande de pessoas e sociedades africanas, é fundamental, mesmo nas dinâmicas pós-coloniais. Esse é o cenário em que a formação/reconstituição de redes sociais dos jovens configura-se em problemática para a qual a Terapia Ocupacional social pode desenvolver ações específicas, tanto para favorecer a mediação de conflitos originados no confronto de valores e práticas sociais distintas, como no processo de reconstrução de redes de sociabilidade. Palavras-chave: Terapia Ocupacional Social, Islã, Cultura, Educação, Juventude.The challenge of religious and language diversity in Burkina Faso formal education: students' mobility and social networks Abstract: This paper addresses the education of young Muslims in Burkina Faso through relevant literature analysis and the authors' observations, highlighting the pathways of study in Arabic-speaking countries and the social dynamics around them. The central theme is associated with the more general debate about education and diversity, because it discusses, on the one hand, the educational hegemony of secular orientation carried out in French adopted by part of the society and made official by the nation-state; on the other hand, it stresses the movement of another part of society that continues to enroll their children in Muslim schools where teaching is conducted in Arabic or bilingual (French and Arabic). The study describes the sociopolitical contexts that constitute the institutions of Islamic education, emphasizing the importance of Franco-Arabic schools and new Muslim private universities from the non-public higher education network. Following this discussion, there is a debate about the contribution of these young graduated men and women (inside and outside the country) to hold and maintain the educational system.
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