IntroduçãoQue é ser migrante? Esta pergunta expressa a preocupação em pensar o fenô-meno migração na forma como este é vivido. Em termos fenomenológicos, a atenção recai sobre a forma como o fenômeno aparece na experiência. Essa pergunta expressa também uma preocupação ontológica original: o migrante é um ser deslocado, movido de seu lugar primevo. E é neste deslocamento que procuramos o significado do que é esta condição.A tradição dos estudos migratórios consolidou uma série de questões fundamentais que giraram em torno das leis da migração (RAVEINSTEIN, 1980) e dos motivos e forças sociais que atraem ou expulsam as populações, enquanto reflexos da própria estruturação produtiva do capital e de suas necessidades. Neste sentido, os movimentos se davam por classes, não por indivíduos que decidiam isoladamente migrar (SINGER, 1973). Versões clássicas, estruturalistas ou pós-estruturalistas elaboraram estas e
RESUMOO O Homem e a Terra de Éric Dardel surge em uma época na qual os paradigmas da ciência moderna eram predominantes na comunidade geográfica, de modo que a obra permaneceu marginal desde 1952 (ano de lançamento) até os anos 1970 quando geógrafos anglo-saxões a resgatam e a utilizam para reformulações epistemológicas. Contudo, a proposta de Dardel de uma geografia fenomenológica não foi amplamente explorada, a busca do autor por uma ontologia geográfica foi um dos seus esforços pouco explorado, bem como, os referenciais filosóficos que o alicerçam. No presente texto exploramos um desses referenciais, propondo mapear os desdobramentos do pensamento de Martin Heidegger na concepção da Geografia de Dardel como uma ciência existencial, explorando, sobretudo, sua leitura da concepção heideggeriana de terra buscando resgatá-la e reconhecê-la como um solo fundamental de todo conhecimento.
Buscamos no presente texto explorar como dados contextos sociais, institucionais a possibilidade e a experiência de viagem podem se alterar e frutificar em expressões diversas do conhecimento geográfico. Como posicionamentos marginais podem questionar as estruturas de produção do conhecimento não através de um questionamento puramente teórico sobre a questão epistemológica, mas através de um envolvimento ontológico com a produção do conhecimento. Como a experiência singular das mulheres pode, por um reconhecimento ontológico profundo, re-olhar a geografia e sua constituição como ciência
No presente texto buscamos realizar uma discussão a respeito da educação geográfica para além dos saberes escolares e pensando o geográfico em uma dimensão constitutiva do ser-humano. Buscamos pensar uma educação geográfica que se ocupe em adensar a subjetividade a partir de práticas que priorizem a sensibilização e a frutificação de uma nova racionalidade. Para tanto, buscamos aportes que discutam a epistemologia, entendendo esta como a forma do conhecer que se valha do ato criativo como sua fundação e que coloca o entendimento de uma base ontológica para propormos uma educação geográfica que trate de subjetividade. Nossa proposta culmina na prática do Diário da Natureza, uma prática que vale-se da arte como motor criativo e sensível diante da leitura geográfica de mundo que cada um constrói ao longo da vida, algo que nos constitui, atravessa nossa experiência e ultrapassa qualquer restrição a um saber escolarizado.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.