A ocorrência de abandono de tratamento psiquiátrico de nível secundário é uma relevante questão clínica e econômica. Taxas de abandono em psiquiatria são mais altas que em outras especialidades médicas. Estudos publicados nos últimos 15 anos têm identificado diversos fatores estatisticamente associados ao não-comparecimento às consultas e/ou ao abandono de tratamento em saúde mental. OBJETIVO: Avaliar variáveis demográficas, psicopatológicas, de diagnóstico e tratamento enquanto possíveis preditores de abandono de tratamento em serviço especializado de saúde mental. MÉTODO: Estudo observacional, avaliando 896 pacientes encaminhados, no período de abril de 2004 a março de 2006, por Unidades Básicas de Saúde da área de abrangência do serviço especializado. RESULTADOS: Pacientes solteiros, com idade abaixo da média do grupo (39,2 anos) e desempregados abandonaram significantemente mais o tratamento. Duas variáveis relativas ao exame psicopatológico se associaram significantemente com abandono de tratamento (memória quanto ao passado recente e relação do humor com fatos reais, atuais). Pacientes adultos que receberam diagnóstico psiquiátrico de oligofrenia abandonaram significantemente menos e pacientes com diagnóstico relativo aos transtornos da infância e adolescência (F80-F98 da CID-10) também abandonaram significantemente mais o tratamento. O registro de comorbidade psiquiátrica e tratamento exclusivamente farmacológico se associaram a não abandono do tratamento. CONCLUSÃO: Os resultados confirmam achados de diferentes autores da evidência de características associadas a abandono ao tratamento. Tais achados sugerem que determinados subgrupos de pacientes necessitem de abordagens customizadas, a fim de influenciar positivamente sua adesão final ao tratamento indicado.
INTRODUÇÃO: O objetivo deste estudo foi comparar o perfil de assistência em saúde mental realizado por unidade básica de saúde (UBS) com equipe de Programa de Saúde da Família (PSF) e sem equipe de PSF. MÉTODO: Estudo observacional, avaliando pacientes encaminhados por UBS da área de abrangência de um serviço especializado de saúde mental no período de abril de 2003 a março de 2006. RESULTADOS: A UBS com equipe de PSF apresentou melhor padrão global de registros de dados, maior responsabilidade exclusiva do médico em suas referências ao nível especializado (p = 0,000), menor capacidade de retenção dos usuários na UBS (p = 0,099), maiores taxas de abandono de tratamento em nível secundário (p = 0,060) e menor percentual de contrarreferência pela equipe especializada (p = 0,028). A taxa de concordância diagnóstica global foi semelhante entre os dois modelos de UBS, com razoável nível de concordância (índice kappa de 44,5 e 43,0%, respectivamente, para UBS com e sem equipe PSF). CONCLUSÃO: A UBS com equipe de PSF não apresentou resultados compatíveis com o que seria de se esperar, em função de sua hipotética melhor qualidade de estrutura.
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