Resumo: Imagens de elétrons retro-espalhados e microanálises químicas por microssonda eletrônica foram obtidas a partir de cristais de monazita pertencentes ao Distrito Pegmatítico de Santa Maria de Itabira nas lavras de Morro Escuro, Ponte da Raíz e Euxenita. Essas lavras estão nos municípios de Santa Maria de Itabira, Ferros, Guanhães e Sabinópolis, em Minas Gerais. As amostras coletadas fazem parte da Província Pegmatítica Oriental Brasileira (PPOB), situada em um contexto pós-colisional do Orógeno Araçuaí correspondente ao final do Ciclo Brasiliano. Os cristais mostram-se homogêneos, ou seja, livres de domínios/zoneamentos composicionais e seus teores de U, Th e Pb permitiram a obtenção de idade química média de 474 Ma para o distrito pegmatítico da região estudada. Seus padrões de terras raras normalizados ao condrito mostram anomalia positiva de Sm, elemento fortemente particionado em anfibólio. Esta anomalia sugere que no contexto pós-colisional do Orógeno Araçuaí houve a fusão parcial do biotita-hornblenda gnaisse (Grupo Guanhães), rocha encaixante dos pegmatitos, durante o processo de descompressão regional associado ao colapso do orógeno, gerando um magma granítico hidratado o bastante para permitir o avolumado crescimento de cristais dos pegmatitos desse Distrito Pegmatítico, incluindo a monazita. Este mineral atua, portanto, não só como um geocronômetro, mas também como importante indicador petrogenético dos pegmatitos estudados. This anomaly suggests that in the post-collisional context of the Araçuaí Orogen there was partial melting of the host rocks of the Guanhães Group (biotite-hornblende gneiss) during the regional decompression process linked with the collapse of the orogen. This contributed to formation of a granitic melt, which was hydrated enough to allow the large crystal growth of the Itambé pegmatites, including monazite. Therefore, this mineral represents not only a geochronometer, but also a petrogenetic indicator of the studied pegmatites.Keywords: Monazite; Santa Maria de Itabira (MG); U-Th-Pb chemical dating, electron microprobe; petrogenetic indicator INTRODUÇÃOOs estudos referentes a corpos pegmatíticos apresentam grande importância desde as últimas décadas, por se tratarem de rochas fonte da grande maioria dos minerais-gema, minerais industriais e de elementos raros. Os pegmatitos são interpretados como um produto de fracionamento ígneo de fusões graníticas ou se formam por processos anatéticos, a partir da fusão parcial da rocha encaixante (Černý, 1982). A maior parte dos minerais encontrados nos pegmatitos pertence a três classes predominantes: silicatos, fosfatos e óxidos. Além da importância econômica é possível extrair deles informações no que tange à caracterização químico-mineralógica e genética dos corpos pegmatíticos, bem como sua relação, quando existente, com corpos graníticos (Newman, 2009).A monazita, um fosfato de elementos terrasraras (ETR) essencialmente leves (Montel et al., 1996), é um mineral acessório muito comum em pegmatitos e difundido em diversas litologi...
Imagens de elétrons retro-espalhados e microanálises químicas por microssonda eletrônica foram obtidas a partir de cristais de monazita pertencentes aos pegmatitos Bananeira, Itambé, Coqueiro, Cavada e Paraíso do município de Itambé-BA, inseridos na Província Pegmatítica Oriental Brasileira (PPOB). Os cristais mostram-se homogêneos, ou seja, livres de domínios/zoneamentos composicionais e seus teores de U, Th e Pb permitiram a obtenção de idade química média de 502 Ma para o distrito pegmatítico de Itambé. Seus padrões de terras raras normalizados ao condrito mostram anomalia positiva de Sm, elemento fortemente particionado em anfibólio. Esta anomalia sugere que no contexto pós-colisional do Orógeno Araçuaí houve a fusão parcial da rocha encaixante biotita-hornblenda gnaisse durante o processo de descompressão regional associado ao colapso do orógeno, gerando um magma granítico hidratado o bastante para permitir o avolumado crescimento de cristais dos pegmatitos de Itambé, incluindo a monazita. Este mineral atua, portanto, não só como um geocronômetro, mas também como importante indicador petrogenético dos pegmatitos estudados. Palavras chaves: Monazita, Itambé-BA, datação U-Th-Pb por Microssonda Eletrônica, indicador petrogenético.
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