Um dos principais déficits de serviços de saneamento básico brasileiro, especialmente na região Norte, é a frequente não-conformidade de qualidade da água tratada e distribuída. O objetivo desta investigação é avaliar indicadores físico-químicos e microbiológicos da água ofertada no município de Santana, o 2º mais importante do Estado do Amapá-AP. A metodologia consistiu em monitorar 15 sítios usando amostras de água de consumo humano, aleatoriamente espacializados, com frequência amostral bimestral durante 24 meses. Os parâmetros avaliados foram: pH, Turbidez, Fe, NO3, Mg, F, NH3, Al, Coliformes Totais (CT) e Escherichia coli (EC). As amostras foram coletadas exclusivamente em domicílios servidos pela Companhia de Água e Esgoto do Amapá (CAESA). Os resultados das análises foram comparados com padrões da Portaria N° 2914/2011 do Ministério da Saúde. Exceto F, NO3 e NH3, todos os demais apresentaram não-conformidade em relação a legislação vigente (pH=100%, Turbidez=57%, Fe=71,4%, Mn=28,5% e Al=100%, CT=100% e Ecoli=57,1). Testes estatísticos (PCA e Friedman-χ2, p<0,05) confirmam a hipótese de significativa variação espaço-sazonal físico-química e microbiológica da qualidade da água na malha urbana de Santana-AP. Concluímos, portanto, que a produção e a distribuição da água da CAESA estão comprometidas, necessitando de ajustes e adequação às normas e legislações vigentes no Brasil.