Como valor fundamental da atividade, a objetividade jornalística já foi investigada conceitualmente por diversos estudos acadêmicos cujos resultados, apesar de publicados em livros e revistas da área, não alteraram a maneira como consumidores de informação, jornalistas e até mesmo professores de jornalismo entendem filosoficamente a objetividade e, consequentemente, a sua aplicação nas rotinas e procedimentos da prática jornalística. Este artigo tem o objetivo de realizar a revisão bibliográfica de dois importantes trabalhos de autores brasileiros que investigaram a noção de objetividade. Vamos discutir as obras “A objetividade jornalística”, de Luiz Amaral e “Jornalismo, fatos e interesses”, de Wilson Gomes, inventariando as suas maneiras de compreender e também debater filosoficamente essa noção fundamental para a atividade.
Este artigo realiza aproximações conceituais da epistemologia feminista, considerando a teoria crítica do jornalismo como forma de conhecimento social, com o objetivo de discutir a importância da perspectiva de gênero em reportagens sobre a cultura do estupro. Como corpus de análise, selecionamos o livro-reportagem Ela Disse: os bastidores da reportagem que impulsionou o #MeToo, que retrata a produção das notícias do New York Times sobre abusos sexuais contra atrizes e funcionárias da indústria cinematográfica de Hollywood. Sistematizamos as teorias levantadas para apontar parâmetros do jornalismo com perspectiva feminista. Definimos, como aspectos e categorias de análise das reportagens, a contextualização, os desafios e estratégias de apuração da violência de gênero e cultura do estupro como formas de organização social e questões de saúde pública. Como resultados, reforçamos a necessidade da abordagem feminista no jornalismo para gerar a reflexão pela sociedade, o enfrentamento da violência e da desigualdade de gênero.
A investigação no campo das Ciências da Comunicação pode se ocupar de muitos aspectos do complexo fenómeno comunicacional: os media, seus códigos e seus públicos. Cada uma dessas instâncias abre uma série de horizontes, permite diversos ângulos de observação, levanta várias questões. Mas historicamente, a recepção -o lado de lá da comunicação -foi uma unidade de análise menos explorada, apesar de sua importância. É nas pessoas que a comunicação acontece; é nelas que o processo comunicacional se realiza, porém as primeiras teorias explicativas do funcionamento dos media e dos seus efeitos apresentavam os públicos como massas uniformes. Assim, não havia motivo para centrar observações na recepção.Já há algum tempo, as audiências não são mais vistas de maneira tão redutora. Por isso mesmo, muitas investigações -mesmo que ainda em menor frequência -têm como foco de atenção o lado de lá da comunicação. O momento de consumo das mensagens ganha cada vez mais importância. Esses estudos funcionam como uma espécie de olho que observa o próprio observar. Nessa meta-observação, as pesquisas analisam como as pessoas recebem, descodificam e reinterpretam os sentidos produzidos pelos meios; procuram compreender de que forma as audiências se apropriam dos media e de suas mensagens. No processo de comunicação, o papel dos sujeitos que vêem é, dessa forma, o objecto de reflexão. E é justamente nesses pontos que os artigos de A Construção do Olhar e Ecrãs em Mudança concentram a atenção; é para esse lado que os trabalhos voltam seus olhares.O espectro de análise é amplo. Em primeiro lugar, o olhar dos espectadores não nasce pronto, mas é construído. Dessa maneira, torna-se fundamental investigar como funcionam os mecanismos de composição das novas formas de ver. A principal pergunta que se coloca é: onde é que hoje se decide o olhar? O primeiro capítulo de A Construção do Olhar se ocupa desses problemas. Os provedores de televisão e suas experiências em França e no Canadá; a natureza ambígua do crítico de TV e o debate sobre seu lugar específico são as reflexões do segundo capítulo de A Construção do Olhar e da terceira parte de Ecrãs em Mudança. As crianças e os jovens são públicos particulares que merecem um olhar próprio e específico. Consideradas mais frágeis e mais susceptíveis a influências dos media, esses espectadores, e a sua relação com as mensagens, frequentemente são objecto de preocupação dos adultos. O terceiro capí-
O problema da objetividade jornalística se faz presentedesde a mais simples até a mais complexa operação realizada diariamentepelos jornalistas, mesmo quando não é tematizado. Da seleçãodo que fará, ou não, parte do noticiário, passando pela hierarquizaçãoe nomeação do que foi selecionado, até a edição dos fenômenosrelatados, o jornalista sempre conta com uma visão de como se estruturae se organiza o mundo em que vivemos e com uma consequentesuposta melhor maneira de se acessar e reproduzir as ocorrências deinteresse jornalístico. O objetivo deste artigo é apresentar os principaisargumentos de duas respostas para o problema da objetividadejornalística: o realismo e o perspectivismo. Esses são dois caminhosbastante distintos no que diz respeito aos posicionamentos ontológico,epistemológico e metodológico com os quais se procura esclarecero que está em jogo no processo de produção de notícias.
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