IntroduçãoO envelhecimento sempre foi motivo de preocupação para o homem. No entanto, nas últimas décadas, com o crescente aumento da população idosa, tem-se acentuado a busca para compreender esse processo, evidenciar seus problemas e estabelecer propostas para se viver melhor esta etapa da vida.A população idosa brasileira, em 2002, perfazia um total de 14,1 milhões de pessoas. Projetase, para 2025, um total de 33,4 milhões, e entre 1950 e 2025 a população idosa crescerá 16 vezes contra cinco vezes a população total 1 . Destacase na população idosa o aumento do número de pessoas com 80 anos ou mais, sendo essa a faixa etária de maior crescimento, tanto nos países desenvolvidos quanto nos países em desenvolvimento 2 .As pessoas idosas apresentam características específicas do ponto de vista fisiológico, psicoló-gico e social, decorrentes das perdas que ocorrem ao longo da vida e que as tornam vulneráveis às alterações no estado de saúde 3 .As múltiplas alterações apresentadas pelos idosos fazem com que eles sejam consumidores de grande número de medicamentos. Considerase que a maioria utiliza mais de um medicamento periodicamente e, quando hospitalizados, recebem de 8 a 15 4,5 . Nos Estados Unidos, estima-se que de 25% a 32% de toda a medicação prescrita seja para uso dos idosos, os quais representam ARTIGO ARTICLE
A prevalência de hipertensão arterial entre os idosos é alta e o uso correto dos medicamentos anti-hipertensivos pode proporcionar grandes benefícios para essas pessoas. O presente estudo tem como objetivo caracterizar as classes mais prescritas aos idosos que utilizam os serviços de diferentes Unidades de Saúde da Família (USF) do município de Marília (SP). O estudo é descritivo e retrospectivo, e os dados foram coletados dos prontuários de 382 idosos pertencentes a quatro USF. Constatou-se que a classe dos tiazídicos foi a mais prescrita nas quatro unidades, tanto como monoterapia quanto em associação com outras classes. Os inibidores da enzima conversora de angiotensina compõem a segunda classe de anti-hipertensivos mais utilizada nas quatro unidades estudadas, tanto de forma isolada como em associações. Os betabloqueadores, os bloqueadores dos canais de cálcio e os diuréticos de alça foram menos utilizados. Praticamente não houve diferenças estatisticamente significativas na prescrição das classes medicamentosas entre as unidades. Tais constatações evidenciam que as prescrições de anti-hipertensivos para os idosos, nas unidades analisadas, estão em conformidade com as evidências da literatura geriátrica e gerontológica.
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