A atenção à Saúde Mental (SM) na Atenção Primária à Saúde (APS) é complexa e demanda integração das ações entre diversos níveis de atenção para maior efetividade. Buscou-se compreender como profissionais da APS de 11 municípios de Minas Gerais que possuíam Núcleo de Atenção à Saúde da Família (Nasf) lidavam com demandas de SM. Trata-se de estudo qualitativo, conduzido por meio de grupos focais que contaram com 134 profissionais de saúde. Os profissionais não possuíam instrumentos ou estratégias para quantificar e organizar a demanda em SM; as ações de capacitação em SM eram insuficientes; relataram dificuldades na implementação das propostas do Nasf; e identificam problemas na organização e articulação da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) que prejudicavam a continuidade do cuidado em SM. Apesar das fragilidades apresentadas, existem reflexões em direção às mudanças da lógica tradicional biomédica em cuidados em saúde.
Esse estudo teve o objetivo de analisar o perfil das especialidades médicas dos prescritores de psicotrópicos para idosos atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de um município mineiro de médio porte. Trata-se de um estudo descritivo realizado a partir de dados secundários de dispensação de medicamentos registrados no Sistema Informatizado de Saúde entre janeiro e dezembro de 2017. Para esta análise foi considerada a especialidade de contratação dos médicos prescritores informada pela Secretaria Municipal de Saúde do município estudado. Foram realizadas 23.599 dispensações para 4.833 idosos, solicitadas por 194 médicos prescritores. O número de prescrições por especialidade foi maior entre médicos Clínicos Gerais – 8.463 (35,9%), Médicos da Estratégia da Saúde da Família – 6.927 (29,4%) e Psiquiatras – 5.152 (21,8%). Analisando a média de prescrições por profissional de cada especialidade, foi observado que Psiquiatras são os que mais prescrevem, seguidos pelos Mastologistas e pelos Cirurgiões Gerais, com médias de 1.717, 957 e 215 prescrições por profissional, respectivamente. A média geral é de 122 prescrições por especialista. Concluiu-se que a elevada frequência de prescrições de medicamentos psicotrópicos aos idosos por médicos que não possuem formação em psiquiatria e/ou geriatria não é infração legal ou ética, no entanto, considerando a complexidade do cuidado ao idoso e as particularidades desses medicamentos, desde a escolha da farmacoterapia até o momento da desprescrição, faz-se necessária a reflexão a respeito dos desafios vindouros, sobretudo no cenário de rápido processo de envelhecimento populacional brasileiro e da escassez de médicos geriatras.
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