O processamento da pele bovina constitui uma das atividades industriais que geram resíduos altamente tóxicos, por conterem elevadas concentrações de metais pesados, como cromo, cádmio, níquel e chumbo. Sabe-se que o descarte inadequado desses efluentes no ambiente pode incorrer em consequências danosas aos organismos de magnitude complexa e pouco conhecida. Nesse contexto, objetivou-se com o presente estudo determinar doses potencialmente letais de efluentes de curtume, por meio da indução de toxicidade aguda em camundongos da linhagem BALB/c, acompanhada de uma avaliação de parâmetros físicos (massa corpórea e massa relativa de distintos órgãos), bioquímicos e comportamentais. 24 fêmeas de camundongos BALB/c foram distribuídas em grupos que receberam, pela via intraperitoneal, duas doses fracionadas de efluentes de curtume (wet blue), diluídos em água, que totalizaram as seguintes doses: 11,25%, 22,5% e 45%. O grupo controle recebeu apenas soro fisiológico. Os encontrados neste estudo não apontam para qualquer alteração física na massa corpórea dos animais, tampouco nas massas relativas do fígado, baço, timo e rins. Além disso, nenhuma mudança comportamental pelo screening hipocrático foi observada nos animais, com exceção de um animal do grupo 45% que foi a óbito no 3º dia de avaliação, o que corresponde para essa dose uma concentração de efluente de curtume que mata 16,66% dos animais, não sendo possível calcular a DL50. Em relação aos parâmetros bioquímicos, foi observada uma diminuição nas concentrações séricas da enzima fosfatase alcalina nos animais que receberam efluentes de curtume, em relação ao grupo controle. Logo, conclui-se que efluentes de curtume do tipo wet blue, administrados intraperitonealmente, em fêmeas de camundongos BALB/c não causam sinais evidentes de toxicidade aguda nos animais. A DL16,16 foi obtida apenas para a maior dose de efluente pré-estabelecida (45%).
O presente estudo objetivou avaliar a toxicidade aguda e determinar a dose letal mediana (DL50) de efluentes de curtume, administrados pela via oral em fêmeas de camundongos da linhagem Swiss. Para isso, estabeleceu-se os seguintes grupos experimentais: grupo controle, o qual recebeu apenas água filtrada; grupo 20% de efluente de curtume diluído em água filtrada, 40%, 60%, 80% e 100%. Adotou-se procedimentos adaptados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária para avaliação da toxicidade aguda. Observou-se que as concentrações de 100% e 80% de efluente de curtume promoveram a morte de todos os animais dos respectivos grupos. Por outro lado, a DL50 correspondeu à concentração de 60% de efluente de curtume diluído em água. Para as demais doses (40% e 20%) não foi evidenciada a morte de nenhum dos animais. Acredita-se que este estudo possa subsidiar trabalhos futuros que venham investigar diferentes efeitos da exposição oral de camundongos a efluentes de curtume, possibilitando a elucidação dos mecanismos que relacionam os efeitos à esses xenobióticos.
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