Arqueólogos que estudam culturas Indígenas no contexto do colonialismo Europeu estão frequentemente presos em um enigma de escala temporal. Como representar, traduzir e interpretar práticas e pessoas Indígenas de forma a não só respeitar as complexidades do mundo colonial e suas ações neste, mas também situar suas vidas no contexto de suas próprias histórias culturais únicas de curto e longo prazo? Capturar essa dualidade não tem sido fácil. Parte desse problema é que os arqueólogos não têm atendido completamente à chamada de Lightfoot (1995) a fim de conduzir verdadeiros estudos multiescala e diacrônicos sobre colonialismo e respostas Indígenas para as suas várias formas. Parte disso se relaciona às maneiras como conceitos arqueológicos, termos e métodos ainda não estão descolonizados e ainda não estão sintonizados às formas que pessoas, passado e presente se relacionam com suas próprias histórias.
Esta pesquisa buscou pensar os contextos de caça de mamíferos marinhos ocorridos durante as primeiras ocupações humanas na Antártica, no início do século XIX. Para isso foram utilizados conceitos da Antropologia e Arqueologia Simétrica, entendendo que não apenas as pessoas tiveram papel ativo na história dessas atividades, mas também outros atores. Considerando que mamíferos marinhos e objetos também atuaram nesse contexto, buscou-se mostrar como esses atores se relacionaram durante o período em que estiveram compartilhando do ambiente antártico. Através de vestígios arqueológicos encontrados nas Ilhas Shetland do Sul e de documentação escrita sobre o tema, criou-se uma nova narrativa, em que novos personagens puderam ser inseridos na história do continente antártico.
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