Direitos para esta edição cedidos à Atena Editora pelos autores. Todo o conteúdo deste livro está licenciado sob uma Licença de Atribuição Creative Commons. Atribuição-Não-Comercial-NãoDerivativos 4.0 Internacional (CC BY-NC-ND 4.0). O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade exclusiva dos autores, inclusive não representam necessariamente a posição oficial da Atena Editora. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais. Todos os manuscritos foram previamente submetidos à avaliação cega pelos pares, membros do Conselho Editorial desta Editora, tendo sido aprovados para a publicação. A Atena Editora é comprometida em garantir a integridade editorial em todas as etapas do processo de publicação. Situações suspeitas de má conduta científica serão investigadas sob o mais alto padrão de rigor acadêmico e ético.
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Introdução: No Brasil, farmácias comunitárias são responsáveis por 76% do acesso da população a medicamentos. A Nota Técnica DAES/INEP nº 008/2015 estipulou mudanças obrigatórias da estruturação dos cursos de Farmácia, a fim de preencher o pré-requisito da nova trajetória da formação farmacêutica, para que os futuros profissionais sejam aptos a resgatar a essência da Farmácia, que é o cuidado ao paciente. O Conselho Federal de Farmácia, através da resolução nº 610 de 2015, ratificou essas novas perspectivas. Objetivo: Descrever a implantação de um serviço de Farmácia Clínica em uma Farmácia Comunitária como campo de estágio para aprimoramento prático de estudantes do curso de Farmácia. Métodos: Este trabalho é um relato de experiência da implantação de serviços clínicos em uma farmácia comunitária privada no sudoeste da Bahia. O processo de implantação dividiu-se em 5 fases: (1) organização e estruturação do serviço para utilizar todo o espaço disponível; (2) delineamento do modelo de prática; (3) elaboração de um plano de avaliação do impacto do serviço sobre os estudantes e pacientes; (4) implementação do serviço; (5) consolidação de convênios com agências de fomento e Instituições de Ensino Superior (IES). Resultados: A farmácia foi estruturada para atender às normais legais da vigilância sanitária e fornecer condições ideais para a prestação dos serviços clínicos e do estágio. Posteriormente, se obteve apoio de preceptores qualificados para orientar os estudantes, que elaboraram um programa de educação continuada baseada nos cuidados farmacêuticos onde a teoria e a prática profissional se integram. Desse modo, dando suporte ao desenvolvimento de competências indispensáveis ao atendimento do usuário, elaborando protocolos baseados em evidência, documentos de registros dos processos de cuidados ao paciente e procedimento operacional padrão (POP). A abordagem inicial foi desenhada para que a consulta farmacêutica aconteça face-a-face, envolvendo acolhimento e dispensação farmacêutica dos medicamentos. Também estão inclusos os seguintes componentes do cuidado: anamnese farmacoterapêutica; avaliação da necessidade, monitoramento dos Resultados: e otimização da farmacoterapia. A Lei nº 11.788 de 2008 permite a formação de convênios entre entidades públicas e privadas para concessão do estágio, de modo que estudantes, de graduação e/ou pós-graduação, provindos de ambas os tipos de instituições possam realizar o estágio. O financiamento do projeto de pesquisa foi contemplado pelo Edital 021/2014 da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (FAPESB) que apoia a Inovação em Comércio e Serviços. Conclusão: A implantação estabelece estágios e práticas que funcionam como espaço didático especializado de ensino, pesquisa e extensão. Assim, complementando a educação farmacêutica do estudante em um modelo de farmácia comunitária clínica, superando a formação tecnicista ao se tornar um profissional de saúde de alta performance.
Introdução: A farmacogenômica é uma associação do conhecimento da farmacologia clássica e ciência genômica para a medicina personalizada e o uso racional de medicamentos. A análise farmacogenômica permite verificar a expressão de proteínas receptoras e enzimas moduladas por fármacos de modo a otimizar a terapia medicamentosa e evitar problemas relacionados aos medicamentos (PRM). Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar estudos que evidenciam os benefícios da farmacogenômica na otimização da terapia medicamentosa. Metodologia: Foi realizada uma revisão sistemática na base de dados (PubMed), no período de 5 anos (2014 a 2019), usando os seguintes descritores: pharmacogenomic testing, therapy e clinical. Os artigos identificados foram avaliados individualmente por 4 autores, conforme os critérios de inclusão: (1) dados comparativos entre as terapias guiada e usual e (2) Resultados: favoráveis na terapia guiada. Já os critérios de exclusão: (1) revisões sistemáticas e (2) estudos qualitativos sem dados comparativos e/ou desfavoráveis. Resultados: Foram encontrados 440 artigos, dos quais 15 atenderam aos critérios de inclusão. Em um estudo realizado na Espanha, durante 12 semanas, com 316 pacientes de 18 hospitais públicos, foi avaliada a efetividade da terapia guiada pelo Neuropharmagen (PGx) em relação a terapia usual (TAU). A taxa de resposta foi de 47,8% (PGx) vs. 36,1% (TAU). Em outro estudo a terapia antidepressiva à base da farmacogenômica (PGATx) resulta na precisão do tratamento do transtorno depressivo maior (TDM). Um ensaio clínico realizado, por 8 semanas, na avaliação da efetividade e tolerabilidade do PGATx em 100 pacientes com TDM, a taxa de resposta de 71,7% (PGATx) foi superior à 43,6% (TAU). Também se avaliou em outro estudo, os efeitos da terapia guiada em 237 pacientes com transtornos neuropsiquiátricos, por 90 dias, em uma clínica psiquiátrica ambulatorial. No grupo controle (TAU), 53% dos pacientes relataram eventos adversos comparados aos 28% dos pacientes guiados pelo PGx. Um estudo randomizado controlado foi feito com 1167 pacientes ambulatoriais com TDM, que tinham resposta inadequada ao antidepressivo. Na semana 8, houve melhora dos sintomas 27,2% (PGx) vs 24,4% (TAU), assim como aumento da resposta (26,0% vs. 19,9%). Além disso, os pacientes que mudaram para o medicamento congruente tiveram melhora dos sintomas (33,5% vs. 21,1%) e resposta (28,5% vs. 16,7%) em relação aos pacientes que permaneceram utilizando os medicamentos incongruentes. Conclusão: A farmacogenômica pode contribuir com a resposta farmacoterapêutica ao identificar a expressão gênica de proteínas que modulam a farmacocinética e a farmacodinâmica dos medicamentos, prevenindo o aparecimento de PRM.
Introdução: As reações adversas a medicamentos (RAM) são manifestações imprevisíveis que podem ocorrer após o uso de medicamentos, ocasionadas por fármacos ou excipientes da formulação. Os excipientes são substâncias que compõem o medicamento, atribuindo melhoria nas características organolépticas do produto. Alguns excipientes são potencialmente causadores de RAM, principalmente em indivíduos com predisposição genética. Objetivo: Analisar as possíveis reações adversas causadas por excipientes presentes em medicamentos injetáveis padronizados e disponibilizados, em um dado período, por um hospital público.Métodos: tratou- -se de um estudo quantitativo e descritivo, dividido em duas etapas: a primeira etapa foi uma revisão sistemática em bases de dados (BVS, LILACS, SCIELO, MEDLINE e PUBMED), consultadas no período de 20 anos (1998 a 2018), usando os descritores: adverse effect, adverse reaction, allergy, injectable drug e excipients; como critério de inclusão foram utilizadas todas as publicações que tratam de reações adversas a excipientes com relatos de casos. A segunda etapa consistiu de um levantamento do elenco de medicamentos injetáveis padronizados, em um hospital geral no interior da Bahia, disponíveis entre 01 a 30 de dezembro de 2018 e análise da composição. A lista de medicamentos e as respectivas bulas foram coletadas das especialidades disponíveis, para que fossem identificados os excipientes potencialmente causadores de reações adversas em comparação com as evidências obtidas na literatura. Resultados: Foram encontrados 146 artigos, dos quais apenas 51 artigos se adequaram aos critérios de inclusão. No levantamento realizado na farmácia hospitalar, de 27 medicamentos injetáveis disponíveis, 12 revelaram excipientes com capacidade de ocasionar reações adversas. Os Resultados: foram correlacionados às manifestações clínicas, encontradas na literatura, devido às possíveis reações adversas relacionadas a estes. O álcool benzílico, um dos excipientes encontrados, causa “Gasping syndrome”, dermatite alérgica, colapso cardiovascular e convulsões. O manitol ocasiona falta de ar, alteração da consciência, taquicardia, inchaço, erupção bolhosa e hipersensibilidade grave. O propilenoglicol promove distúrbios do sistema nervoso central, disritmias cardíacas, depressão respiratória e insuficiência renal. Os parabenos ocasionam eczemas, urticária e prurido. O macrogol causa hipotensão, vômito, diarreia, hipotonia, angioedema facial e uvular. Além destes, os excipientes lactose, povidona, metacresol, benzoato de sódio, lecitina, óleo de gergelim e sulfitos também apresentaram manifestações clínicas graves. As reações mais comuns nos relatos de caso são as dermatites e hipersensibilidades. Conclusão: O trabalho mostrou a importância da farmacovigilância dos excipientes presentes na composição dos medicamentos, pois eles causam reações adversas que podem ser erroneamente atribuídas aos fármacos ou ao agravamento da doença pelos profissionais de saúde.
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