O suicídio representa atualmente um sério problema de Saúde Coletiva, sendo a segunda causa de morte em jovens na Itália, na França e no Reino Unido e a terceira nos EUA. Este trabalho objetiva estudar a mortalidade por suicídio em adolescentes residentes nas cinco regiões do Brasil, comparativamente, no período de 1991 a 2001, revendo também os principais fatores de risco (FR) descritos na literatura. Metodologia: trata-se de um estudo epidemiológico, com enfoque sobre a Saúde Mental Juvenil. Foram utilizados os dados do Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde. Realizou-se a revisão da literatura por meio dos Sistemas Lilacs e Medline, além de livros temáticos. A discussão, de forma contextualizada, teve por base o Pensamento da Complexidade proposto por Edgar Morin. Resultados: foram registrados 69.811 óbitos por suicídio no período estudado, sendo 6.985 casos no grupo dos adolescentes. Os maiores Coeficientes de Mortalidade/100 mil habitantes ocorreram preponderantemente na região sul (1992 a 1994; 1996 a 1998; 2001), seguida pela região centro-oeste. Os principais FR descritos foram história de tentativas anteriores, ideação suicida, maus tratos, condições socioeconômicas precárias, doenças crônicas severas, impulsividade, depressão e esquizofrenia. O suicídio reflete características e valores relevantes de uma sociedade. Representa um sistema complexo e deve ser sempre analisado no contexto individual, social e coletivo. A atuação do profissional de Atenção Primária à Saúde (APS) é fundamental para a prevenção, por meio da identificação dos fatores e situações de risco, no contexto individual, familiar e comunitário.
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