Objetivo: Descrever as possíveis repercussões que o distanciamento social e pandemia de COVID-19 promoveram no comportamento, qualidade do sono, uso de telas e alimentação de crianças brasileiras de 0 a 12 anos. Materiais e Métodos: Este estudo observacional descritivo foi realizado através de um questionário online autoaplicado direcionado aos pais, cuidadores ou responsáveis legais de crianças de 0-12 anos. O questionário foi aplicado entre 19 de agosto de 2020 a 19 de setembro de 2020, em dois grupos, um composto por usuários de serviços de saúde e outro pela população em geral. Os dados foram analisados descritivamente, considerando α=5%. Resultados: Compuseram a amostra final 271 respondentes. Segundo os cuidadores, 59,4% das crianças tiveram alterações de comportamento e 48% reportou ou demonstrou medo da COVID-19. Além disso, melhora na qualidade do sono foi reportada de forma importante para crianças de até 2 anos e, 33,3% dos cuidadores em ambos os grupos reportaram piora em qualidade do sono entre 9 e 12 anos. Aumento do uso de telas ocorreu para 85% das crianças. O consumo de alimentos considerados saudáveis se manteve igual para grande parte das crianças e o consumo de alimentos ultraprocessados aumentou para mais de 40% das crianças, principalmente entre 3 e 5 anos e 9 e 12 anos de idade. Discussão: Os resultados encontrados devem ser fonte de atenção a fim de garantir o adequado desenvolvimento infantil após um período de pandemia. Conclusão: O distanciamento social provocado pela pandemia de COVID-19 promoveu repercussões importantes na rotina das crianças avaliadas, impactando negativamente seu comportamento, alimentação e uso de telas. Ainda, a qualidade do sono de crianças maiores foi impactada negativamente, apesar de ter sido observada melhora na qualidade do sono de crianças mais jovens.
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