O presente trabalho apresenta uma discussão a respeito da esperança no ambiente da diáspora mouride em Caxias do Sul, RS. Os mourides são uma fraternidade muçulmana sufi originada em Touba, Senegal, fundada pelo profeta Cheikh Ahmadou Bamba (1850-1927) durante o período colonial francês cuja doutrina articula fé muçulmana e trabalho de uma forma prática. Estes sujeitos estruturam sua diáspora a partir de mercados informais. O município de Caxias do Sul foi estabelecido por imigrantes italianos na segunda metade século XIX que vieram ao Brasil por conta de políticas que incentivavam a imigração de europeus. Por conta desta origem, a cidade apresenta o ethos da italianidade, um conjunto de valores e práticas que mistura a fé católica e o trabalho. Neste ambiente de contrastes, serão analisadas de que forma situações em fé, trabalho, legalidade e moralidade se encontram e de que forma a esperança acaba surgindo nestes espaços.
A partir do conceito de circuitos (Zelizer, 2009, 2011), esta etnografia trata das sociabilidades entre moradores de um conjunto habitacional em Porto Alegre, RS. O argumento central é que estas relações envolvem os sujeitos de diversas maneiras, circulando como moralidades, dinheiro, alimentos, bens, linguagens e outras formas que materializam e manifestam as afetividades. Além disso, sugere-se que estes circuitos afetivos, inicialmente restritos a alguns moradores em reciprocidade, transbordem seus limites, sendo reconfigurados e agregando outros nexos às malhas sociais daquela vizinhança.
A vivência das pessoas na cidade relaciona-se, de uma forma ou de outra, com as memórias ativadas pelo patrimônio local, sejam essas pessoas transeuntes blasés, sejam aqueles que vivem da cidade pelo comércio, moradia, comensalidade e outras formas onde as ruas são palcos dessas relações. Enquanto resultado da colaboração de profi ssionais e alunos do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da Universidade Federal da Bahia (PPGA/UFBA) e do Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGAS/UFRGS), Patrimônio, cidades e memória social é uma coletânea de etnografi as e ensaios que busca discutir temas da antropologia urbana em diversas abordagens. Devidamente apresentado por Ruben Oliven, que retoma a urbanização recente do país, a obra traz 17 textos organizados em três partes que ordenam a leitura para debates sobre como a memória social pode iniciar processos de patrimonialização e seus refl exos na cidade.A primeira parte do livro é dedicada a cinco etnografi as que discutem as formas de leitura dos espaços urbanos, além de uma revisão crítica da teoria de como ler a rua e as ruas. No texto de abertura, Urpi Uriarte explica como as imagens mentais e memórias coletivas da urbanidade são formadas, inclusive a ideia de uma cidade plana, projetada para a circulação viária, ainda que a cidade possua um terreno completamente irregular (p. 29). Além disso, a autora retoma as concepções de Gilberto Freyre e Roberto DaMatta sobre a relação da rua e da casa no Brasil. Importante notar que tais noções de público e privado não se limitam às relações brasileiras de rua e casa, mas também ocorrem
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