OBJETIVO: Caracterizar a deglutição de consistências e quantidades alimentares diferentes, com e sem comando verbal, por meio da videofluoroscopia da deglutição. MÉTODOS: Estudo quantitativo, transversal e observacional em 40 indivíduos sadios e sem queixas de deglutição, realizado no período de janeiro a março de 2010. A média de idade dos indivíduos foi de 23 anos e 5 meses (DP±2,5), com idade mínima de 20 anos e máxima de 30 anos, sendo 87,5% (35/40) do gênero feminino. Realizou-se avaliação videofluoroscópica da deglutição com ingestão de bário nas consistências líquida, líquido-pastosa, pastosa e sólida. Durante a administração da consistência líquida, realizaram-se duas provas de deglutição, uma com e outra sem comando verbal. Foram analisados o local do início da fase faríngea da deglutição em diferentes estruturas, a perda prematura do alimento, o aumento do tempo de trânsito oral, a presença de deglutições múltiplas, a presença de estase alimentar e a presença de penetração e/ou aspiração laríngea nas duas situações. RESULTADOS: O início da fase faríngea ocorreu na base da língua e valéculas para a maioria das consistências e quantidades, com exceção da líquida (5 ml) cuja deglutição foi ativada em valéculas. Não houve influência do comando verbal para o local do início da fase faríngea da deglutição e presença de estase alimentar, entretanto o comando foi eficaz para a diminuição dos achados orofaríngeos. CONCLUSÃO: A fase faríngea da deglutição ocorreu em base de língua e valéculas. Houve influência do comando verbal na dinâmica da deglutição.
RESUMOObjetivo: Descrever os principais achados da videoendoscopia da deglutição em adultos com disfagia orofaríngea neurogênica. Métodos:Foi realizado um estudo retrospectivo de 46 prontuários de pacientes com diagnóstico de disfagia orofaríngea neurogênica, atendidos no período de julho de 2004 a dezembro de 2007 no Ambulatório de Disfagia da Universidade de Fortaleza. A média de idade dos pacientes foi de 58,9 anos, variando entre 18 e 85 anos, sendo 51,1% (22/43) do gênero masculino e 48,9% (21/43) do gênero feminino. Os exames foram considerados alterados na presença de uma ou mais das seguintes manifestações disfágicas: escape precoce posterior, atraso na deglutição, estase em valéculas e/ou recessos piriformes, penetração laríngea e/ou aspiração traqueal. Resultados: Os principais achados observados foram, em ordem decrescente de ocorrência: estase em valéculas após a ingestão da consistência pastosa grossa, atraso na deglutição durante a deglutição de alimentos nas consistências pastosa grossa e sólida, presença de estase em recessos piriformes após a deglutição da consistência pastosa fina, escape posterior de líquido, penetração laríngea e aspiração traqueal de líquidos antes da deglutição. Conclusão: As principais manifestações disfágicas observadas estiveram relacionadas às alterações das fases voluntárias da deglutição e ao aumento das consistências dos alimentos. A videoendoscopia da deglutição demonstrou ser um instrumento eficaz no diagnóstico das disfagias orofaríngeas.Descritores: Deglutição; Disfagia; Endoscopia/métodos; Endoscopia/utilização; Transtornos de deglutição INTRODUÇÃOA deglutição é um processo dinâmico e intermitente realizado por um conjunto de mecanismos neuromotores, coordenados pelo córtex cerebral, tronco cerebral e nervos encefálicos (1) . Composta por fases intrinsecamente relacionadas e divididas, didaticamente, de acordo com a região em que se desenvolve em voluntárias (preparatória oral e oral) e involuntárias (faríngea e esofágica), exerce a função de conduzir o alimento da cavidade oral ao estômago de forma segura, por meio de uma coordenação precisa, mantendo o estado nutricional e protegendo a via aérea do indivíduo (1)(2) . Durante a fase preparatória oral, o alimento é organizado dentro da cavidade oral, por intermédio da movimentação da língua, da insalivação e da mastigação. Ao final desta fase, o bolo alimentar estará formado e será posicionado entre a língua e o palato duro para sua posterior propulsão em direção à faringe, caracterizando a fase oral propriamente dita da deglutição, que finaliza com o disparo do reflexo da deglutição (3) . Durante a fase faríngea, ao disparo do reflexo da deglutição inicia-se a proteção das vias aéreas com o selamento da nasofaringe, a elevação do complexo hiolaríngeo, o fechamento das pregas vocais, sendo o mais importante para a proteção laríngea, e o abaixamento da epiglote. Os músculos constritores faríngeos contribuem para o transporte do bolo alimentar, por meio dos movimentos peristálticos associados à gravidade, ao múscu...
RESUMOObjetivo: Investigar as principais manifestações disfágicas na avaliação clínica e objetiva da deglutição em crianças com paralisia cerebral. Métodos: Estudo transversal com amostra de 50 crianças com paralisia cerebral. A coleta de dados consistiu na realização das avaliações clínica fonoaudiológica e videoendoscópica da deglutição para a detecção das principais manifestações disfágicas presentes nas fases preparatória oral, oral e faríngea da deglutição, em diferentes consistências alimentares e tipos de paralisia cerebral. Resultados: Não houve influência significativa da idade e do tipo de paralisia cerebral sobre a maior presença de manifestações disfágicas. As principais manifestações disfágicas na avaliação clínica foram: escape anterior de líquidos (70%); tosse na deglutição de líquidos (60%); diminuição da formação do bolo alimentar sólido (57,9%); presença de resíduos alimentares na cavidade oral após a deglutição de sólidos (47,4%); aumento do trânsito oral de pastosos grossos (47,1%) e presença da voz molhada após a deglutição de líquidos (30%). As principais manifestações disfágicas na avaliação objetiva foram: aumento do trânsito faríngeo de pastosos grossos (79%); escape posterior de líquidos (77,5%); presença de resíduos alimentares nas estruturas faríngeas após a deglutição de pastosos grossos (58,8%); penetração laríngea de líquidos (37,5%) e aspiração traqueal de líquidos (20%). A sensibilidade laríngea esteve alterada em apenas 16% da amostra. Conclusão: As avaliações clínica e objetiva da deglutição são complementares e essenciais no diagnóstico das disfagias orofaríngeas em crianças com paralisia cerebral.Descritores: Deglutição; Paralisia cerebral/complicações; Transtornos da deglutição/diagnóstico; Faringe/fisiopatologia; Criança INTRODUÇÃOA dinâmica da deglutição é composta por fases (preparatória oral, oral, faríngea e esofágica) intrinsecamente relacionadas que têm como objetivo transportar, de maneira eficaz, os alimentos da cavidade oral ao estômago (1) . Comprometimentos em qualquer fase e/ou entre as fases da deglutição caracterizam as disfagias (2) , que, na infância, são frequentes nos casos de paralisia cerebral (PC), acarretando riscos de desnutrição, desidratação e infecções pulmonares (3) . Os métodos mais utilizados para a investigação das disfagias são a avaliação clínica fonoaudiológica (ACF) e os exames objetivos, como a avaliação videoendoscópica da deglutição (VED) (4)(5)(6) . Na ACF, realiza-se criteriosa história clínica com avaliação morfofuncional da deglutição, especialmente das fases preparatória oral e oral, visando prevenir e/ou reduzir os riscos à saúde (4) . A VED consiste em uma nasofibrolaringoscopia tradicional, com o oferecimento de alimentos tingidos com corantes, possibilitando a investigação da fase faríngea da deglutição, a qual apresenta o caminho concomitante entre vias respiratória e digestiva superior (5,6) . Com apoio nos achados da ACF e VED, realizam-se adequações na dieta alimentar da criança com PC, como a escolha de volumes, consistênci...
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