Resumo O presente trabalho é resultado de uma pesquisa de mestrado que objetivou compreender como as violências nas relações afetivo-sexuais na adolescência são significadas por estudantes de uma escola estadual da região Costa Verde do Rio de Janeiro. O corpus da pesquisa deriva da observação participante no espaço escolar e de entrevistas em profundidade com 3 moças e 3 rapazes entre 18 e 24 anos. Os eixos de análise foram: as trajetórias afetivo-sexuais, as experiências que envolvem algum tipo de ação violenta no relacionamento e as agências diante dos conflitos. Os resultados revelam que as violências fazem parte do cotidiano e reforçam a dicotomia vítima e agressor. As interpretações da violência são divididas em dois sistemas, a “sofrência” e “ações violentas graves”, essas compreensões interferem no reconhecimento da violência e em suas agências. A reprodução de padrões sociais de gênero contribui para a manutenção de hierarquias e desigualdades que atingem a moças e rapazes de diferentes formas. O silenciamento a respeito do tema contribui para a invisibilidade da violência no relacionamento e consequentemente a não procura de cuidado junto aos serviços de saúde. É posto como desafio a expansão de estudos que possibilitem compreender melhor a violência nas relações afetivo-sexuais de adolescentes.
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