Rev Bras Educ Fís Esporte, (São Paulo) 2013 Abr-Jun; 27(2): 209-16 • 209 Estimativa das contribuições dos sistemas anaeróbio lático e alático
IntroduçãoEstimativa das contribuições dos sistemas anaeróbio lático e alático durante exercícios de cargas constantes em intensidades abaixo do VO 2max CDD. 20.ed. 796.027 796.073Marcos David SILVA-CAVALCANTE
ResumoO objetivo do estudo foi estimar as contribuições do metabolismo anaeróbio lático (MAL) e alático (MAA) em intensidades abaixo do consumo máximo de oxigênio ( O 2max ). Dez homens (23 ± 4 anos, 176,4 ± 6,8 cm, 72,4 ± 8,2 kg, 12,0 ± 4,5 % de gordura corporal) realizaram um teste progressivo até a exaustão voluntária para identifi cação do O 2max , da potência correspondente ao O 2max (W O 2max ) e do segundo limiar ventilatório (LV 2 ). Na segunda e na terceira visita foram realizados seis testes de cargas constantes (três testes por sessão) com intensidades abaixo do O 2max . Houve uma predominância do MAL sobre o MAA durante os exercícios submáximos a partir da intensidade correspondente ao LV 2 , sendo signifi cativamente maior em 90% O 2max (p < 0,05). Dessa forma, esses resultados podem auxiliar treinadores a aplicarem cargas de treinamento adequadas aos seus atletas, de acordo com a exigência metabólica da competição.
PALAVRAS-CHAVE: Exercícios sub-O 2max ; Limiar ventilatório; Metabolismo anaeróbio alático; Metabolismo anaeróbio lático.A determinação da contribuição do metabolismo anaeróbio pode fornecer informações adicionais para a aplicação adequada da carga de treinamento e para a avaliação do desempenho físico. Acredita-se que durante os esforços realizados em intensidades acima do segundo limiar ventilatório (LV 2 ) uma parte da adenosina trifosfato (ATP) é ressintetizada pelo metabolismo anaeróbio alático (MAA) através da degradação da fosfocreatina (CP), e pelo metabolismo anaeróbio lático (MAL) por meio da degradação de glicogênio muscular, com subsequente formação de lactato [1][2] . Todavia, até o presente momento não existem relatos na literatura científica acerca da contribuição do MAA e MAL em intensidades abaixo do consumo máximo de oxigênio ( O 2max , a nossa hipótese era que a contribuição do MAL para o total de energia produzida anaerobicamente seria maior em intensidades acima do LV 2 em comparação ao MAA.Todos os sujeitos foram submetidos a três sessões experimentais, as quais tiveram o intervalo mínimo de 72 horas e máximo de três semanas. Na primeira sessão, os sujeitos realizaram um teste progressivo até a exaustão voluntária em um cicloergômetro para a mensuração do O 2max . Além disso, foi mensurada a potência externa correspondente ao LV 2 (WLV 2 ) e a potência correspondente ao O 2max (W O 2max . Conforme descrito previamente por ÖZYENER et al.
19, a análise da resposta cinética "off " do O 2 nas intensidades abaixo do LV 2 foi ajustada por um modelo monoexponencial (Equação 1), ao passo que nas intensidades acima do LV 2 foi aplicado um modelo biexponencial (Equação 2) (Origin, Microcal, USA). Assim, a contribuição d...